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2016 pode ser ano de M&A no setor de petróleo, diz Ernst & Young

Rakteem Katakey

01/02/2016 15h15

(Bloomberg) -- As aquisições de petróleo e gás aumentarão neste ano porque um colapso nos preços da energia está enfraquecendo as finanças das empresas, fazendo com que aceitem avaliações mais baixas dos compradores, segundo a consultoria Ernst & Young.

Haverá mais "vendedores motivados e mais consenso em relação às avaliações em um período de preços mais baixos durante mais tempo", disse a EY na segunda-feira (1º) em um relatório. "A consolidação será impulsionada pelo excesso de capacidade, por pressões intensas sobre as margens e por mercados de capital geralmente mais fracos".

O valor total dos negócios no setor de petróleo e gás caiu 17% no ano passado, para US$ 380 bilhões enquanto o número de transações caiu um terço, segundo o relatório.

Em abril, quando a Shell concordou em comprar a BG, na maior aquisição de sua história, alguns analistas projetaram uma sequência de transações, porém a instabilidade dos preços do petróleo fez com que compradores e vendedores não conseguissem chegar a um acordo sobre as avaliações.

"Adiar as transações até que os preços retornem aos níveis mais elevados ou se tornam menos instáveis não será mais uma opção viável para muitas empresas de petróleo e gás", escreveu a EY. "O volume de transações deve aumentar em 2016".

Estratégia da OPEP

O número de negócios no setor de serviços para campos de petróleo caiu 40% no ano passado, para 193, segundo o relatório. As transações em exploração e produção de petróleo e gás caíram 38%o, para 910.

Os preços do petróleo caíram desde meados de 2014 porque o crescimento da oferta superou a demanda.

A Organização de Países Exportadores de Petróleo, liderada pela Arábia Saudita, o maior exportador do mundo, preferiu continuar extraindo para defender a participação no mercado em meio à produção cada vez maior dos EUA e da Rússia. Os preços caíram no mês passado para o valor mais baixo em doze anos.

Desde então, o petróleo bruto Brent, a referência global, se recuperou para cerca de US$ 34 o barril.

Em termos de valor, os negócios de serviços em campos de petróleo caíram cerca de 63% em 2015, já que os produtores de petróleo reduziram os orçamentos para perfuração e cancelaram pedidos de sondas, segundo o relatório.

Os negócios para exploração e produção, entre eles a aquisição da BG pela Shell, caíram 19%. Os negócios de refino e comercialização de petróleo aumentaram por causa da venda de ativos nos EUA.

"Embora sempre seja difícil prever o valor mínimo, acreditava-se em 2015 que 2016 iria ser mais desafiador do ponto de vista de preços e financiamento", disse a EY.

"Olhando mais para a frente, seria possível esperar que 2017 marque o começo de uma recuperação - se 2016 for mesmo o ponto mais baixo, então pode-se prever uma sequência de transações oportunistas, talvez adiada de 2015, para este ano".