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Teste genético ajuda programas de bem-estar em empresas

Rebecca Greenfield

02/02/2016 16h11

Aprillia Jeffries é um modelo de história de sucesso para os esforços de sua empresa em melhorar a saúde da equipe. Jeffries, que trabalha na Aetna, perdeu 22 kg e diminuiu oito tamanhos de vestido no último ano e meio por meio de um programa feito na Aetna pela Newtopia, uma empresa que oferece serviços de bem-estar. Ela tem acesso a treinamento individual e uma dieta e regime de exercícios personalizados, mas Jeffries, 46, credita seu resultado estelar a um teste de DNA oferecido como parte do programa.

"Eu tinha tentado muitas outras coisas que não deram certo pra mim: Vigilantes do Peso, exercícios, prometer para mim mesma que eu ia comer direito", disse ela. Uma mudança mental finalmente aconteceu quando o teste de DNA de Jeffries indicou que ela tinha uma predisposição genética a estar acima do peso. "O problema não era todo meu", disse ela.

Os empregadores investiram dinheiro em programas de bem-estar esperando reduzir os custos de seguro saúde, mas os funcionários estavam menos entusiasmados. Mais de dois terços das organizações têm algum tipo de oferta de saúde ou atividade física. As empresas gastaram um recorde de US$ 693 por pessoa em iniciativas de bem-estar no ano passado, mais de US$ 594 no ano anterior. Por todo esse esforço, uma pesquisa da Gallup colocou a taxa de participação em programas de bem-estar - um termo guarda-chuva para uma variedade de iniciativas patrocinadas pelo empregador -, em 24 por cento em 2014.

A Newtopia, que custa US$ 500 por pessoa, tem tido resultados encorajadores na Aetna. Dos 445 funcionários que se inscreveram no programa como parte de um estudo de três anos publicado no Jornal de Medicina Ocupacional e Ambiental em dezembro, cerca de 50 por cento permaneceram engajados um ano depois, de acordo com a Aetna. Mais de três quartos dos participantes perderam uma média de 4 kg.

Muitos programas de bem-estar usam incentivos financeiros, como um desconto em seguros saúde premium, para incentivar os funcionários a participarem. Isso pode funcionar, mas as pessoas tendem a fazer a mínima quantidade de trabalho para evitar penalidades ou conseguir o prêmio.

Os participantes da Newtopi citaram o componente teste genético como um grande motivador. Algumas pessoas disseram que saber de seu perfil individual permitiu ter um certo conhecimento e controle de sua condição que não tinham antes", disse o Dr. Greg Steinberg, médico da Aetna, que dirigiu o programa piloto da Newtopia. Depois do sucesso dos pilotos, a Newtopia conseguiu mais oito empregadores.

A Newtopia está focada em conseguir resultados que irão ajudar as empresas a economizarem ao máximo. O programa especificamente foca em funcionários com alto risco de desenvolver síndrome metabólica, um fator do grupo de risco que aumenta a possibilidade de problemas do coração, diabetes, infartos e outros problemas de saúde que podem causar impacto nos gastos de um empregador. A Newtopia só está disponível para aqueles com, pelo menos, dois fatores de risco para a síndrome metabólica, como grande circunferência de cintura, pressão alta ou altos níveis de glicose.

Para aqueles que se encaixam no perfil, a Newtopia oferece o que chama de bem-estar "evidenciado" Funcionários qualificados recebem um rastreador de atividade e um "inspirador", um técnico combinado com o participante pela personalidade. "Pense em EHarmony", disse Jeff Ruby, diretor executivo da Newtopia. Um kit de teste genético chega pelo correio. Ele testa para três "suscetibilidades de genes relacionados à obesidade", explica o Dr. Louis Perusse, geneticista interno da Newtopia. Há o chamado gene "gordo", bem como um gene que regula o apetite e um que mostra os gatilhos de comida do receptor de dopamina de algumas pessoas - que sugere que elas têm prazer em comer.

Os resultados não são usados como uma ferramenta de diagnóstico. "Não há um elemento clínico para isso", disse Ruby. "É sobre comprometimento". O teste ajuda o inspirador a criar um plano de dieta e exercícios. Mais importante, os resultados podem servir como um auxílio mental. "Ele (o teste genético) permite que eles parem de se culpar", disse Ruby. "Essa é uma área que eles não foram capazes de entender por muitos anos. Eles criaram vergonha, culpa, falta autoestima e de confiança. Permite a eles se abrirem para uma mudança conectando aquele momento de reconhecimento com um senso de controle".