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Estratégia do Credit Suisse em perigo depois da queda do UBS

Jeffrey Vögeli

03/02/2016 15h12

(Bloomberg) - Os acionistas do Credit Suisse Group AG estão vendo, a partir da rival UBS Group, que tentar um modelo de negócios mais estável pode não resultar em lucro estável.

O Credit Suisse informou, na quinta-feira, os primeiros resultados trimestrais desde uma revisão em outubro, no qual o CEO Tidjane Thiam adotou um modelo semelhante ao do UBS: diminuição da unidade de trading e aumento no foco em gestão de patrimônios, especialmente na Ásia. Uma queda nos lucros da divisão de gestão de patrimônios do banco de investimento do UBA na terça-feira provocou a maior queda de ações em mais de um ano e levou a uma queda de 3,7 por cento das ações do Credit Suisse.

O Credit Suisse vai divulgar um prejuízo líquido de 4,3 bilhões de francos (US$ 4,2 bilhões) no quarto trimestre, o que provocou o primeiro prejuízo anual desde 2008, pois significa uma redução de uma parte substancial dos 6,3 bilhões de francos da reputação de seu banco de investimento. Os analistas estimam um declínio no lucro antes de impostos em cada uma das unidades do banco nos primeiros três meses sob a nova estrutura.

Os resultados do UBS incluíam retiradas líquidas de 3,4 bilhões de francos de clientes em sua unidade de gestão de patrimônio, a maior divisão do banco. Grande parte dessas retiradas foi feita por empresários em mercados emergentes, o mesmo tipo de clientes que o Credit Suisse quer atingir com sua nova estratégia.

No banco universal suíço, que deve fazer a abertura de capital até o final de 2017, o lucro pode cair depois de um ganho único ligado à venda de imóveis em 2014. O negócio da Ásia-Pacífico - com o objetivo de dobrar o lucro antes de impostos em 2018 - foi provavelmente atingido pelo esfriamento dos mercados emergentes, liderados pela China.

Thiam, que assumiu o lugar de Brady Dougan em junho, ainda precisa convencer os investidores de que sua nova abordagem vai se traduzir em maior rentabilidade. Enquanto as ações do UBS saltaram cerca de 18 por cento desde que o banco anunciou uma revisão no final de 2012, as do Credit Suisse caíram 16 por cento no mesmo período. Suas ações também tiveram um recorde de queda desde que Thiam apresentou sua estratégia, que incluiu um aumento de cerca de 6 bilhões de francos em uma venda de ações.