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Será que a geração Y tornou o pedido de demissão mais comum?

Natalie Kitroeff

12/02/2016 14h29

(Bloomberg) -- Pedir demissão está na moda. Mais de 3 milhões de americanos deixaram seus empregos em dezembro de 2015, número mais elevado desde 2006, segundo dados divulgados nesta semana pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês).

A taxa de pedidos de demissão, que mede a cada mês quantas pessoas deixaram seus empregos dentro do universo das que trabalharam, atingiu o nível mais alto em sete anos.

Geralmente os economistas gostam quando os americanos se sentem confortáveis para dizer aos seus chefes que as coisas não estão funcionando.

É um sinal de uma economia movimentada quando as pessoas não permanecem no mesmo emprego por longos períodos de tempo, porque mostra sua confiança em encontrar trabalho em outras partes.

Mas é possível que até mesmo uma mudança de atitude mais ampla esteja em curso. A maior fatia de trabalhadores do país -- a geração Y -- parece se opor categoricamente à ideia de passar a vida atrás de uma mesa de escritório.

Otimistas

No ano passado, as pessoas com 18 a 34 anos se tornaram o maior segmento do mercado de trabalho dos EUA, segundo o Pew Research Center.

A mão de obra da geração Y deverá aumentar ainda mais, disse o Pew, porque os formados na universidade e os novos imigrantes, que tendem a ser jovens, se juntarão aos mais de 53,3 milhões de integrantes do grupo.

Muitos deles parecem estar impacientes. A maioria dos integrantes da geração Y deixará seu emprego em um futuro próximo, segundo uma pesquisa com 7.500 profissionais empregados e com ensino superior nascidos após 1982 em 29 países, divulgada neste ano pela Deloitte.

Sessenta e seis por cento esperavam ter um emprego diferente daqui a cinco anos ou menos, 44% disseram que se demitiriam dentro de dois anos e 25% disseram que abandonariam o barco neste ano por um novo emprego ou "para fazer algo diferente".

Os trabalhadores americanos da geração Y foram ligeiramente mais leais do que a população global, mas não tanto. Apenas 29% disseram que planejavam permanecer na empresa atual por mais de cinco anos.

O BLS não divide a taxa de pedidos de demissão por idade, por isso é difícil ter certeza se os jovens estão cumprindo seu desejo de seguir em frente.

A geração Y e seus colegas de trabalho mais velhos têm motivos para estarem otimistas em relação às perspectivas para o emprego.

Em dezembro, a abertura de vagas atingiu seu segundo nível mais elevado desde que o BLS começou a registrar esses números, em 2000 (o mês de julho estabeleceu o recorde, com 5,67 milhões de aberturas).

Os empregadores contrataram mais pessoas em dezembro do que em qualquer outro momento desde novembro de 2006. Em resumo, é um bom momento para trabalhar incansavelmente.