HSBC está pronto para transferir banqueiros a Paris por 'brexit'
(Bloomberg) -- O presidente-executivo do HSBC Holdings, Stuart Gulliver, disse que o banco provavelmente transferirá cerca de 1.000 banqueiros de investimentos a Paris se a Grã-Bretanha decidir abandonar a União Europeia. Trata-se de um dos planos de contingência mais detalhados revelados antes do referendo.
Parte dos 5.000 postos de trabalho da unidade de global banking e mercados do HSBC, que abriga as operações de títulos e trading, seria transferida a Paris, disse Gulliver, em entrevista por telefone, na segunda-feira (15).
O resultado favorável à brexit provocaria um "impacto significativo" sobre a divisão de investment-banking, mas não afetaria os negócios de serviços de varejo, disse ele.
Os executivos do setor bancário têm alertado que uma votação favorável à brexit faria as empresas reduzirem investimentos no Reino Unido e transferiria postos de trabalho para outros lugares.
O primeiro-ministro David Cameron, que enfrenta um sentimento de ceticismo em relação à Europa dentro de seu partido e também no país, prometeu realizar uma votação sobre a participação do Reino Unido no bloco formado por 28 países no final do ano que vem e atualmente está negociando uma revisão do acordo.
"É de interesse econômico da Grã-Bretanha permanecer em uma UE reformada e esta é uma posição formal", disse Gulliver.
'Grande incerteza'
Michael Rake, presidente do conselho da BT Group e ex-vice-presidente do conselho do Barclays, disse no mês passado que a brexit já provocou uma perda de investimentos na Grã-Bretanha e que a evolução desse processo poderia acelerar se ficar parecendo que o país decidirá pela saída na votação.
O presidente do conselho do Barclays, John McFarlane, disse que um referendo a favor da saída deixaria a Cidade de Londres, que é o distrito financeiro da capital britânica, em uma posição "significativamente pior".
As ações britânicas poderiam cair 15% por causa de uma votação pela saída da UE e uma cesta de empresas de foco doméstico poderia ter um declínio de 26%, escreveram analistas do Deutsche Bank, incluindo George Buckley, em uma nota com data de sexta-feira.
"Depende de quais seriam os termos da saída e se seria negociado um passaporte para serviços financeiros", disse Gulliver. "Haveria um período de grande incerteza e distúrbio, e os mercados esperariam para ver quais seriam as condições dessa saída negociada".
Gulliver falou a respeito depois que o HSBC optou por manter sua sede em Londres, encerrando 10 meses de deliberações sobre uma possível mudança para o exterior.
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