FMI prevê crescimento mesmo com aumento de risco à economia global
Bloomberg News
26/02/2016 11h41
(Bloomberg) -- A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, disse que ainda vê o crescimento intacto, mesmo com os riscos crescentes à economia global.
No início de uma reunião de dois dias de ministros das finanças das 20 maiores economias do mundo, em Xangai, China, Lagarde mencionou as ameaças de risco geopolítico, o ciclo de crédito, as saídas de capital e a queda dos preços das commodities.
"Nós consideramos no momento que a probabilidade de materialização desses riscos é ligeiramente maior, mas ainda vemos crescimento", disse ela.
A China realiza uma enorme transição para focar em serviços e consumo e o FMI fez uma forte recomendação de que o país estabeleça uma faixa-meta de crescimento de 6% a 6,5%, segundo Lagarde.
O governo disse neste mês que estabeleceu uma faixa-meta de crescimento de 6,5% a 7% para este ano, menor que a meta do ano passado, de cerca de 7%.
Ao mesmo tempo, os efeitos das políticas monetárias dos bancos centrais, mesmo as inovadoras, estão diminuindo, disse Lagarde, na sexta-feira (26), em conferência do Instituto de Finanças Internacionais paralela à cúpula de ministros das finanças e banqueiros centrais do Grupo dos 20.
Nesta semana, o FMI pediu que as maiores economias do mundo criem novas formas de apoiar a demanda e conter os riscos, porque a perspectiva para o crescimento global está piorando.
O fundo com sede em Washington quer que os países do G20 lancem estímulos fiscais e reformas estruturais. Autoridades, como o secretário do Tesouro dos EUA, Jacob J. Lew, minimizaram as perspectivas de um esforço global conjunto com o objetivo de conter a turbulência dos mercados financeiros.
Lagarde disse que os mercados emergentes são uma mistura de situações diferentes e acrescentou que o FMI foi abordado por diversos países dependentes das commodities em busca de ajuda dos instrumentos financeiros do fundo.
"Ainda estamos em um ambiente em que existe crescimento, e eu consigo entender por que alguns afirmam agora que há uma reação exagerada dos mercados. Provavelmente haja muita ansiedade que agora se justifica pelo que está acontecendo nos fundamentos", disse Lagarde.