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Cinco coisas que vão dar o que falar hoje

Lorcan Roche Kelly

29/02/2016 10h49

(Bloomberg) - A inflação na zona do euro ficou muito abaixo das expectativas, a China reduziu as razões de reservas que exige e a reunião do G-20 decepcionou. Eis alguns dos assuntos que vão dar o que falar nos mercados nesta manhã.

Inflação na zona do euro

Os preços ao consumidor na zona do euro declinaram para -0,2 por cento em fevereiro e o núcleo de inflação caiu de 1 por cento no mês anterior para 0,7 por cento, segundo a estimativa antecipada publicada nesta manhã pela agência europeia de estatística, Eurostat.

A mediana das estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg foi que a inflação geral não apresentaria mudanças, então o número decepcionante de hoje servirá para aumentar a pressão para que o BCE aumente a flexibilização na reunião sobre política econômica da semana que vem. O euro caiu após a publicação e os yields da dívida soberana alemã voltaram a recuar.

China reduz reservas exigidas

Na sexta-feira passada, o Banco Popular da China insinuou que tinha mais espaço para flexibilizar a política monetária. O banco seguiu essa direção nesta manhã, quando reduziu em 0,5 ponto percentual a quantidade mínima de dinheiro que os credores do país devem reservar. Os futuros de índices acionários da China avançaram e o yuan enfraqueceu após o anúncio, feito depois do encerramento dos mercados chineses.

Decepção com o G-20

A reunião de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais das 20 principais economias em Xangai acabou no sábado com um pedido para que os governos façam mais e os bancos centrais, menos. O comunicado oficial da reunião é uma decepção para os investidores que tinham a esperança de medidas mais concretas sobre a economia global.

Eleições na Irlanda, no Irã e nos EUA

Embora a contagem dos votos ainda não tenha acabado, a eleição geral da Irlanda, celebrada na sexta-feira, não teve nenhum vencedor evidente. A coalizão que governou nos últimos cinco anos não conseguiu conquistar uma maioria. As negociações para formar uma nova administração, que incluem a possibilidade de uma grande coalizão entre os dois maiores partidos da centro-direita que tinham adotado posições contrárias na guerra civil irlandesa há quase um século, começarão antes da próxima sessão do congresso, no dia 10 de março.

Por enquanto, o mercado de bonds reagiu com calma ao resultado, e o bond irlandês com vencimento em dez anos praticamente não mudou nesta manhã. No Irã, candidatos progressistas avançaram nas eleições parlamentares e acabaram com a maioria esmagadora da linha-dura.

Nos EUA, antes da votação da 'Super Terça-Feira', o senador do Texas Ted Cruz advertiu que Donald Trump poderia praticamente garantir a nomeação para candidato presidencial do Partido Republicano se conseguir vitórias com grande margem nas 11 eleições primárias e disputas marcadas para amanhã.

Otimistas do petróleo em alta

As apostas otimistas no petróleo subiram para o patamar mais alto desde novembro, já que hedge funds e outros especuladores aumentaram em 14 por cento a posição comprada nos futuros e opções do West Texas Intermediate na semana encerrada no dia 23 de fevereiro. Os problemas para os produtores continuam.

Os ativos estrangeiros da Arábia Saudita se aproximam do patamar mais baixo em quatro anos após mais uma queda em janeiro e as ações da Genel Energy, uma produtora de petróleo do Reino Unido que opera na região curda do Iraque, chegaram a cair 40 por cento depois que a empresa diminuiu quase pela metade a estimativa de reservas para seu maior campo. O WTI recuava 0,5 por cento, a US$ 32,61 por barril, às 11h30, horário de Londres.