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Morgan Stanley contratará 75 para fortunas latino-americanas

Cristiane Lucchesi

01/03/2016 14h29

(Bloomberg) -- O Morgan Stanley espera contratar 75 profissionais nos EUA neste ano para atender latino-americanos abastados que investem na maior economia do mundo. Essa é parte da estratégia para focar na região em um momento em que outros bancos internacionais estão se retirando.

"Planejamos continuar recrutando equipes bem-sucedidas dos nossos concorrentes neste ano", disse em entrevista James Jesse, chefe de gestão de fortunas internacionais da instituição em Nova York. Uma das estratégias do banco é atrair indivíduos com fortunas líquidas ultraelevadas oferecendo a eles recursos similares aos disponibilizados a clientes institucionais, como hedge funds e corporações, incluindo pesquisa econômica e de ações, estratégias de investimento, hedge e produtos sob medida, disse Jesse.

Os novos contratados elevariam a 435 o número de profissionais do Morgan Stanley dedicados a auxiliar estrangeiros em seus investimentos nos EUA.

O banco já trouxe 75 assessores com US$ 25 bilhões em ativos sob gestão durante os últimos dois anos, disse Jesse. A divisão mundial de gestão de fortunas do Morgan Stanley tinha um total de 15.889 assessores com US$ 1,98 trilhão em ativos de clientes no fim de dezembro.

A instituição conta com as margens de lucro mais elevadas dos negócios de gestão de fortunas e corretagem para ajudar a contrabalançar a menor receita com negociação de títulos e exigências de capital mais rígidas após a crise financeira. Cerca de metade de seus US$ 35 bilhões em receita líquida o ano passado veio da gestão de investimentos e fortunas.

Wells Fargo

O Credit Suisse Group informou em outubro que reduziria aos poucos as operações de private banking nos EUA porque não contava com a escala necessária para competir sem novos investimentos significativos.

O Morgan Stanley negociou um acordo exclusivo com a instituição sediada em Zurique para recrutar 35 assessores nos EUA que atendem clientes latino- americanos. Já o Wells Fargo & Co. chegou a um acordo para seus cerca de 250 corretores que se concentram nos clientes domésticos.

"Quase 100% dos assessores do Credit Suisse assinaram cartas para se juntarem ao Morgan Stanley", disse Jesse.

Indivíduos ricos têm cerca de US$ 10 trilhões investidos fora de seus países, segundo o Morgan Stanley. Aproximadamente US$ 1,4 trilhão desse total estão nos EUA, sendo US$ 900 bilhões de latino-americanos.

Os clientes de grande riqueza líquida da região representam cerca de 70% do negócio de gestão de fortunas internacionais do banco, respondendo por aproximadamente US$ 90 bilhões em ativos sob gestão, montante maior que o de qualquer outra instituição, disse Jesse.

Bank of America

O Morgan Stanley está contratando funcionários também de concorrentes como o Bank of America, que no ano passado mudou sua estratégia para investidores internacionais para atender clientes mais ricos.

As contas internacionais existentes do banco com sede em Charlotte, Carolina do Norte, precisam manter saldo mínimo de US$ 1 milhão, contra US$ 500 mil anteriormente, enquanto as novas contas precisam ter entre US$ 2,5 milhões e US$ 5 milhões. O Morgan Stanley aceita clientes que possuam no mínimo US$ 500 mil.

O Bank of America está adicionando recursos à divisão de gestão de fortunas da Merrill Lynch para atender clientes que investem nos EUA e se encaixam nos novos critérios.

A América Latina é um dos oito principais mercados de um total de 29 no mundo, segundo um porta-voz. O banco informou em janeiro que contratou Fabio Concesi do Citigroup para seu escritório em Miami e Teresa Valdés-Fauli Weintraub em Coral Gables, Flórida, da Fiduciary Trust International.

O Morgan Stanley tem 12 escritórios que atendem indivíduos latino-americanos, sendo os maiores em Nova York e Miami, de acordo com Jesse.

Atratividade dos EUA

Os EUA surgiram como um dos principais destinos para a riqueza investida por indivíduos fora de seus próprios países, atrás de destinos offshore tradicionais como Suíça, Reino Unido, Caribe e Cingapura, de acordo com o Morgan Stanley.

Muitas famílias possuem uma segunda residência nos EUA, enviam seus filhos a universidades americanas ou estão buscando residência no país, disse Jesse.

John Moore, presidente do conselho do Morgan Stanley para a América Latina, afirmou que a instabilidade econômica e política da região nos últimos anos reforça o argumento de que os investidores ricos não devem manter todos os seus ativos sob gestão local.