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Pimco diz que é hora de comprar junk bonds

Cordell Eddings, Aleksandra Gjorgievska e Allison McNeely

03/03/2016 15h21

(Bloomberg) - Pacific Investment Management Co. diz que é hora de comprar junk bonds dos EUA. E o gestor de recursos não está sozinho.

Os investidores têm colocado níveis recordes de dinheiro nos maiores fundos de dívidas com yield alto negociados em Bolsa nos últimos dias. Os preços dos bonds aumentaram desde meados de fevereiro.

O que não está claro é se o recente entusiasmo dos investidores marca uma virada em um mercado onde os preços estiveram mergulhando desde junho, ou se é outro falso crescimento para junk bonds, que também viram picos em agosto e outubro. A resposta a essa pergunta depende, em grande parte, se a economia está caminhando para uma recessão.

Os gastos dos consumidores ainda estão altos, e os lucros corporativos ainda são sólidos, diz Mark Kiesel, diretor de investimentos de crédito global da Pimco em Newport Beach, Califórnia. Esses fatores devem levar a fortes retornos para os junk bonds, disse ele, acrescentando que acha que a economia está indo bem.

"O mercado é tão atraente como nos últimos quatro ou cinco anos", disse Kiesel. "Há muitas oportunidades." A Pimco iniciou a compra de dívida no sector da energia pela primeira vez em vários anos, acrescentou, depois que o preço do petróleo subiu nas últimas semanas.

Até mesmo gerentes de carteira que gostam de junk bonds estão cautelosos. Bonds de grau inferior com classificações relativamente altas de crédito tiveram um desempenho melhor do que aqueles com classificações mais baixas, com base no yield. A preferência dos investidores por ativos mais seguros no mercado de junk sublinha por que os ganhos recentes podem desaparecer.

"Ainda é um mercado muito arriscado aí fora", disse Margie Patel, gerente sênior de portfólio da Wells Capital Management, que administra cerca de US$ 350 bilhões de ativos. Apesar desse risco, a Patel está comprando junk bonds com classificação mais alta, achando que vão gerar retornos de um dígito durante o próximo ano.

Avaliações sobre os bonds são atraentes segundo algumas medidas. O yield médio, por exemplo, é menos de 9 por cento, depois de subir acima de 10 por cento no mês passado, mostram os dados do índice Bank of America Merrill Lynch. A média dos últimos 10 anos tem sido de 8,7 por cento.

Com o yields atuais do mercado, se menos de 9 por cento dos emitentes de junk bonds entrarem em calote, os investidores vão sair na frente, disse Gregory Nassour, diretor e co-chefe de gestão de carteiras de grau de investimento na Vanguard Group. Nassour disse que está se concentrando em junk bonds mais seguros.

Catalisador?

Muitos investidores pensam que a taxa de inadimplência que o mercado está preparando é muito maior do que o que realmente vai acontecer, e que a economia dos EUA está enviando sinais positivos. Um relatório do Departamento de Comércio dos EUA na semana passada disse que os gastos dos consumidores subiram em janeiro ao ponto máximo em oito meses. Um relatório do Institute for Supply Management dos EUA disse na terça-feira que as novas encomendas às fábricas estavam se expandindo, o que pode significar que o problemático setor de manufaturas está se estabilizando.

Esses sinais positivos não são convincentes para alguns investidores. Bonnie Baha, uma gerente de recursos da DoubleLine Capital, disse que os mercados poderiam ter uma reviravolta pelo maior enfraquecimento da economia chinesa, a potencial saída do Reino Unido da Europa e outros fatores macroeconômicos e políticos. As empresas ainda têm um baixo fluxo de caixa em relação aos pagamentos de juros que precisam fazer, disse ela.

Esperando

Mesmo se os junk bonds parecem baratos agora, os preços podem cair ainda mais, disse Michael Contopoulos, chefe de estratégia de alto yield do Bank of America, em Nova York. A recente queda nos yields não deve ser vista como um sinal de que o mercado se recuperou, acrescentou.

Por enquanto, a média dos investidores parece discordar. Gershon Distenfeld, diretor de alto yield da AllianceBernstein, disse que junk bonds poderiam oferecer retornos que rivalizariam com as ações nos próximos anos, mas com menos risco se o mundo ficar mais perigoso. AllianceBernstein, que administra US$ 456 bilhões de ativos, está olhando para créditos de alto yield recentemente em setores que incluem energia.