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Região que mais cresce nas Américas aproveita petróleo barato

Michael McDonald

03/03/2016 12h26

(Bloomberg) -- A América Central escapou ilesa da queda dos preços das matérias-primas que prejudicou Brasil, Chile, Peru e Colômbia.

A região está resistindo à tendência de crescimento lento do restante da América Latina porque o petróleo mais barato reduz suas despesas com combustível e o crescimento mais rápido nos EUA aumenta as remessas e os gastos dos turistas.

A região vai crescer 4,2% neste ano, liderada pela expansão de 6,3% do Panamá, segundo projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional). Os índices contrastam com a previsão de crescimento de 0,8% da América Latina como um todo.

Os sete países da América Central contam com os EUA como seu maior parceiro comercial, enquanto Brasil, Peru e Chile fazem mais negócios com a China.

O resfriamento da demanda no gigante asiático contribuiu para a queda dos preços do petróleo, do minério de ferro, do cobre e da soja da América do Sul. Importadora líquida de petróleo e da maior parte das demais matérias-primas, a América Central sai ganhando com a queda dos preços das commodities.

"Os destinos deles realmente estão mais conectados aos EUA do que à China", disse Franco Uccelli, analista de mercados emergentes do JPMorgan, em entrevista por telefone. "Eles não estão sentindo o perigo de ser um exportador de petróleo com o petróleo sendo negociado a um nível tão baixo quanto o de hoje".

As remessas enviadas à Guatemala por trabalhadores que moram nos EUA e em outros lugares aumentaram 18% em janeiro em relação ao ano anterior.

O país, que tem a maior economia da América Central, havia recebido uma quantia recorde de US$ 6,3 bilhões em remessas no ano passado, o equivalente a cerca de 10% do PIB (Produto Interno Bruto).

Mais ao sul, a Costa Rica recebeu um recorde de 2,7 milhões de turistas em 2015, gerando US$ 2,9 bilhões em receitas, segundo o órgão de turismo do país.