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México: Banqueiros chegam a Acapulco e finalmente têm algo para celebrar

Eric Martin

09/03/2016 08h41

(Bloomberg) -- Quando convidados como o presidente Enrique Peña Nieto e Larry Fink, da BlackRock, se reunirem na cúpula anual do setor bancário do México, em Acapulco, nesta semana, eles terão uma coisa para celebrar em meio a um ambiente difícil: um salto nos empréstimos na segunda maior economia da América Latina.

Os empréstimos a empresas e consumidores subiram 15% em janeiro em relação a um ano antes, maior expansão desde junho de 2012, segundo o banco central.

O aumento é um ponto positivo depois que o colapso do petróleo levou o banco central a reduzir sua projeção de crescimento e o governo a cortar gastos. Sinaliza também que a reformulação do setor bancário, sancionada por Peña Nieto em 2014, começa a gerar frutos.

As medidas deram aos bancos mais incentivos para concederem empréstimos em um país onde historicamente apenas as maiores empresas tinham acesso a crédito prontamente disponível.

"Consumidores e empresas estão mostrando mais demanda por crédito e os bancos estão saindo para atendê-la", disse Alejandro Cervantes, economista do Grupo Financiero Banorte.

"O consumo privado é o principal motor do crescimento econômico a essa altura e a expansão dos empréstimos é um importante pilar disso. A reforma financeira concedeu mais garantias aos bancos e isso os está deixando mais dispostos a emprestar".

A expansão do crédito em janeiro foi liderada por um aumento de 19% nos empréstimos às empresas, seguido por uma expansão de 13% das hipotecas e por um salto de 12% do crédito ao consumidor, segundo o banco central.

Entre os 10 maiores bancos do país, o Banregio Grupo Financiero, que oferece crédito a pequenas e médias empresas, aumentou os empréstimos em 36% em dezembro, mês mais recente para o qual a reguladora dos setores bancário e de títulos do país fornece dados.

Juntamente com Peña Nieto e Fink, o presidente do banco central, Agustín Carstens, o ministro das Finanças Luis Videgaray e o presidente do conselho do BBVA Bancomer, Luis Robles, também deverão discursar na convenção, que será realizada no luxuoso Princess Mundo Imperial Hotel, ao lado da praia.

A expansão dos empréstimos poderá diminuir no fim deste ano se a economia mexicana desacelerar devido aos temores globais, disse Alberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina.

Crescimento econômico

No dia 3 de março o banco central reduziu a projeção de crescimento do México neste ano para 2% a 3%, contra uma estimativa anterior de 2,5% a 3,5%. Contudo, o crescimento pela extremidade mais elevada dessa faixa seria o maior em quatro anos.

Embora as mudanças jurídicas estejam ajudando a impulsionar o crescimento dos empréstimos, o mais provável é que a disponibilidade de crédito seja determinada pela força da economia, segundo Alexis Milo, economista-chefe do Deutsche Bank para o México.

"O crescimento do crédito neste caso é basicamente impulsionado pela demanda -- com as empresas e as famílias dizendo 'eu quero tomar mais empréstimos'", disse ele.