Shell considerada melhor aposta no setor petrolífero após acordo com BG
(Bloomberg) - Enquanto o preço do petróleo desabava, Ben Van Beurden apostou sua reputação na aquisição da BG Group Plc pela Royal Dutch Shell Plc por US$ 53 bilhões. Analistas estão recompensando o presidente da empresa ampliada, colocando-a como primeira da fila de largada para aproveitar a virada do mercado.
As ações da Shell vão subir cerca de 12,2 por cento nos próximos 12 meses, o maior avanço entre as seis maiores petrolíferas não estatais do mundo, de acordo com os preços-alvos definidos por analistas e compilados pela Bloomberg. Mais de 65 por cento dos analistas que cobrem a maior petrolífera da Europa recomendam a compra do papel, a maior parcela entre seus pares.
Quando a queda do preço do barril para o menor nível em 12 anos convenceu alguns investidores de que a Shell estava pagando caro pela BG, Van Beurden reiterou o apelo dos ativos de margem de lucro elevada que vão da Austrália ao Brasil. Com a alta do petróleo de aproximadamente 40 por cento desde o piso de janeiro, a Shell colabora para a recuperação do desempenho do setor energético, o pior do MSCI World Index nos últimos dois anos.
"A Shell está entre as mais bem posicionadas para se beneficiar quando o petróleo subir e ganha com a melhora dos fluxos de caixa quando o preço do petróleo está baixo", disse Brendan Warn, um diretor-gerente da BMO Capital Markets em Londres, em entrevista por telefone. "Também há mais confiança na negociação dos preços de petróleo e isso ajuda todo o setor".
Comparações
A projeção de valorização das ações da Shell no próximo ano supera a previsão para a Eni SpA, de 11 por cento; da Chevron Corp., de 7,9 por cento; e da Total SA, de 7,1 por cento, de acordo com as estimativas de analistas. O ganho projetado para a Shell se somaria à alta de 9 por cento da ação já observada neste ano.
Após usar mais de US$ 10 bilhões do caixa para pagar a aquisição, a razão entre dívida líquida e patrimônio da Shell vai subir de aproximadamente 14 por cento no fim de 2015 para "pouco mais de 20 por cento", afirmou o diretor financeiro, Simon Henry, no mês passado. No caso da britânica BP Plc, essa razão era de 21,6 por cento no fim de dezembro, quase 5 pontos percentuais a mais do que um ano antes.
"O balanço patrimonial da Shell é seguro mesmo após a aquisição, como mostram os índices de alavancagem", disse Alexandre Andlauer, um analista de petróleo da AlphaValue SAS em Paris. "Já ocorreram muitos cortes de custos e eles provavelmente encontrarão no negócio com a BG mais sinergias do que anunciaram".
A companhia anunciou US$ 3,5 bilhões em sinergias operacionais com a BG. O acordo também dará à Shell produção de elevada margem de lucro no Brasil e na Austrália e ativos de gás no Cazaquistão, em Trinidad e na Tanzânia.
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