Opinião: O que o BC dos EUA vai e não vai fazer
(Bloomberg) -- A reunião de política do Federal Reserve, Fed, o banco central do EUA, nesta semana será observada de perto, especialmente após as medidas de estímulo tomadas pelo Banco Central Europeu na semana passada.
Aqui estão alguns passos que os membros do BC dos EUA vão e não vão tomar, e especialmente aqueles de maior interesse para os mercados financeiros:
- Os representantes do Fed vão destacar a recuperação contínua da economia dos EUA, encabeçada pela forte criação de emprego, mas sem declarar que os salários e a inflação estão fora de risco (ambos continuam baixos demais).
- Eles vão reiterar preocupações com a fraqueza econômica global, mas não vão aumentar os riscos de contágio para a economia real dos EUA.
- Eles parecem um pouco consolados pelo retorno de relativa estabilidade financeira, especialmente depois que a volatilidade de algumas semanas atrás ilustrou novamente a fragilidade da confiança do investidor, tanto nos EUA quanto em outros lugares.
- Eles vão deixar a estrutura de taxa de juros do Fed como está e não vão fazer nenhuma mudança na política que rege o uso de seus balanços.
- Eles vão orientar os mercados para a possibilidade de mais aumentos da taxa de juro do que os que estão precificados atualmente por investidores e investidores, mas farão isso moderadamente.
- Eles vão destacar novamente a incerteza bastante incomum que a economia e a formulação de políticas estão enfrentando, inclusive destacando a necessidade de um monitoramento cuidadoso dos dados e de respostas políticas ágeis.
Somando todos esses fatores, o Fed vai enfatizar mais uma vez tanto sua dependência de dados e quanto sua condicionalidade política. Isso, no entanto, virá acompanhado por sinais cuidadosos de que - ao contrário de outros bancos centrais com importância sistêmica na China, na Europa e no Japão - o Fed continua inclinado a prosseguir com cautela sua trajetória de aumentos graduais das taxas de juros e de normalização da política monetária.
Esta coluna não necessariamente reflete a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.
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