Serviço de manobrista sob demanda não é uma ideia tão boa assim
(Bloomberg) -- As empresas de capital de risco apostaram dezenas de milhões de dólares que as startups que oferecem estacionamento acessível com manobrista aos apressados moradores de centros urbanos prosperariam na economia sob demanda que tem a Uber como pioneira.
Manobristas a serviço de empresas com nomes como Luxe, Zirx e Valet Anywhere passaram a ser mais frequentes nos recintos congestionados de São Francisco, Chicago, Nova York e em outras cidades dos EUA.
Com alguns toques no telefone, os clientes podiam solicitar um manobrista e evitar o aborrecimento de encontrar uma vaga de estacionamento e espremer o carro nela. Quando terminassem as compras, o jantar ou a reunião, o manobrista os buscariam com o veículo.
O problema é que é difícil ganhar dinheiro estacionando carros. Duas startups (Caarbon e Vatler) implodiram rapidamente e outras três (Luxe, Zirx e Valet Anwyhere) estão se distanciando do modelo on-demand e vendendo seus serviços para empresas, e não para consumidores.
O recuo delas serve de alerta para a grande quantidade de startups que faz propaganda das gratificações instantâneas para pessoas que querem, de forma imediata, coquetéis preparados, roupa lavada e dobrada e corpos massageados.
"A Uber ficou enorme, por isso as pessoas sentiam que tudo precisava ser on-demand", diz Ryan Sarver, investidor da Redpoint Ventures e membro do conselho da Luxe. "E então as pessoas saíram do negócio porque a coisa não é bem assim".
No começo, o serviço de manobrista sob demanda tinha muitas razões para ser recomendado. Por não mais que US$ 35 uma pessoa que ia a um show na Broadway podia ter seu carro estacionado e depois trazido de volta até o teatro.
Por mais alguns dólares, um manobrista da Zirx encheria o tanque e lavaria o carro. Em contrapartida, estacionar o veículo por conta própria em uma garagem no centro de Manhattan custaria mais de US$ 45.
Após captar US$ 36 milhões, a Zirx rapidamente se expandiu de São Francisco para mais cinco cidades. Assim como suas rivais, a Zirx estava buscando economias de escala: para cobrar taxas atraentes, a empresa precisava estacionar muitos carros todos os dias.
Mas a Zirx começou a queimar caixa porque tinha que pagar sua crescente legião de manobristas -- incluindo o tempo que eles passavam à espera de um alerta via mensagem de texto. Enquanto isso, a empresa teve dificuldades para extrair descontos significativos das garagens de estacionamento porque não existe escassez de demanda para o número limitado de vagas. Resultado: a Zirx estava perdendo dinheiro em muitas transações.
Assim, junto com suas rivais, a Zirx tentou aumentar os preços e cortar custos estacionando mais longe em garagens mais baratas. O serviço piorou e os clientes se rebelaram. Ted Homma, executivo do setor de tecnologia e cliente da Zirx, se lembra de quando usou o serviço no ano passado para um evento no Fort Mason, em São Francisco.
O aplicativo disse que o manobrista chegaria em 10 minutos -- depois, em 45 minutos. Ele ligou para o suporte ao cliente e reclamou. De repente, o manobrista estava a cinco minutos dali e chegou em um Uber. "É claro que eles estão tendo prejuízo", diz Homma.
Sean Behr, fundador e CEO da Zirx, continua apaixonado pelo conceito, mas se dobrou a contragosto à matemática impraticável e fechou, no final de fevereiro, a parte do negócio voltada ao cliente.
Agora, ele está vendendo serviços de estacionamento e outros serviços relacionados a carros para empresas. Trata-se de um negócio mais previsível porque os trabalhadores tradicionalmente chegam e vão embora no mesmo horário todos os dias. E, segundo ele, os clientes corporativos tendem a ser menos sensíveis aos preços que os consumidores em geral.
Behr preferiu não revelar números, mas diz que o negócio empresarial em breve será lucrativo -- o que é crucial, pois está se tornando cada vez mais difícil tirar dinheiro dos capitalistas de risco. Como o poço está secando, diz ele, "você realmente precisa obter dinheiro dos clientes".
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