Recuperação duvidosa nas ações de instituições financeiras focadas em emergentes
(Bloomberg) - As ações de bancos e gestoras de ativos que se concentram em mercados emergentes estão se recuperando do tombo de um mês atrás. Mas ainda é muito cedo para declarar que estão saudáveis.
Nas primeiras semanas de 2016, as ações de instituições como Aberdeen Asset Management, Banco Santander e Standard Chartered aceleraram as quedas iniciadas no ano passado. Os três dependem significativamente de mercados emergentes.
O Standard Chartered gera cerca de três quartos da receita operacional em mercados emergentes na Ásia, África e Oriente Médio. No Santander, cerca de 41% da receita vem da América Latina, enquanto a maioria dos fundos da Aberdeen está fora dos mercados desenvolvidos.
A preocupação principal era que o dólar mais forte, a desaceleração da economia chinesa e o yuan mais enfraquecido pesariam sobre os tomadores de crédito de mercados emergentes, prejudicando sua capacidade de pagar empréstimos e arrastando para baixo os preços das ações dos credores, por exemplo.
As ações de Aberdeen, Santander e Standard Chartered haviam perdido mais de um quarto do valor até meados de fevereiro. Desde então, as ações voltaram a subir. Aberdeen e Santander estão de volta mais ou menos onde começaram o ano - superando o índice amplo do setor financeiro Stoxx Europe 600 até esta data em 2016 -, enquanto as perdas acumuladas pelo Standard Chartered caíram pela metade.
A explicação é bastante simples. Os investidores ficaram mais cautelosos com a força do dólar, enquanto os medos envolvendo a economia da China ficaram menos profundos. O índice de ações MSCI Emerging Markets avançou cerca de 1% no ano, tendo recuado 14% em janeiro.
Os investidores devem estar se perguntando quanto tempo pode durar o movimento de alta das ações de instituições financeiras com foco em mercados emergentes.
Os mercados de ações, moedas e títulos certamente parecem mais benignos do que nas primeiras semanas do ano. Mas persistem as tendências gerais que derrubaram as ações de gestoras de ativos e bancos expostos a mercados emergentes. A economia chinesa ainda está desacelerando. Seu apetite por commodities produzidas em outros países em desenvolvimento ainda está fraco.
O esforço de Pequim na transição de uma economia voltada para o investimento para uma economia voltada para o consumo ainda enfrenta dificuldades. O crescimento dos EUA continua mais rápido do que o de outras economias. Ainda é provável outro aumento da taxa básica de juros pelo Federal Reserve neste ano - e um dólar mais forte.
Enquanto isso, as estimativas de lucros para as instituições financeiras com foco nos mercados emergentes estão sendo revisadas para baixo. Os analistas reduziram suas previsões para o lucro do Standard Chartered em 2016 em 43% desde o início deste ano, segundo dados da Bloomberg. Para a Aberdeen, a queda foi de 11% e, para o Santander, de 9%.
Mesmo com todos os ganhos recentes, as perspectivas de médio prazo para instituições financeiras com foco nos mercados emergentes permanecem gélidas.
*Esta coluna não reflete necessariamente a opinião da Bloomberg e seus proprietários.
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