Credit Suisse é acusado de lavagem de dinheiro em Genebra
(Bloomberg) -- Advogados de um bilionário da Geórgia acusaram o Credit Suisse de lavagem de dinheiro, intensificando a batalha contra o banco suíço em relação ao tratamento de um ex-gestor de recursos que teria realizado transações não autorizadas para encobrir prejuízos com a negociação de ativos financeiros.
Os advogados de Bidzina Ivanishvili registraram queixa-crime junto a promotores de Genebra na terça-feira (15), alegando que o banco não instalou procedimentos adequados para evitar lavagem de dinheiro, permitindo que seus funcionários agissem com completa liberdade.
A queixa é baseada em audiências, análise de provas e informações recebidas da MROS, a agência suíça de combate à lavagem de dinheiro, escreveram os advogados.
"Um exame limitado do dossiê deste caso revelou fatos que nos levam a concluir que numerosos atos de lavagem de dinheiro foram cometidos dentro do Credit Suisse" em detrimento de Ivanishvili, segundo a queixa registrada por seus advogados.
A queixa é a segunda, pelo menos, a envolver o Credit Suisse em um abrangente escândalo sobre procedimentos da unidade de gestão de fortunas e o que o banco sabia a respeito das acusações feitas por Ivanishvili e outros dois clientes russos sobre negociações indevidas desde 2007.
O profissional em questão --que não pode ser identificado, segundo a legislação suíça-- foi acusado de fraude e gestão criminosa por promotores de Genebra. Ele está detido em um cantão suíço porque é cidadão francês e a Justiça considera que ele poderia fugir para a França.
O banco com sede em Zurique afirmou que está cooperando com os promotores e colocou a culpa em seu antigo funcionário.
"O ex-gestor de relacionamento ocultou suas fraudes dos colegas e trata-se, até onde sabemos, de um caso pontual", declarou o banco.
Uma porta-voz da Promotoria de Genebra se recusou a comentar. Um advogado do ex-funcionário não retornou imediatamente um contato solicitando comentário.
O banco registrou sua própria queixa como parte lesada contra seu antigo funcionário em 23 de dezembro, dois dias depois de Ivanishvili apresentar a primeira queixa contra o profissional com acusações similares.
O Credit Suisse entrou com recurso contra uma decisão tomada no início deste mês que concedeu a Ivanishvili o status de parte lesada no caso, o que obrigou seus advogados a devolverem as evidências que estavam sendo estudadas até o resultado da apelação ser decidido.
Suspeitas de lavagem de dinheiro
A MROS concluiu após a queixa de dezembro que havia suspeita de lavagem de dinheiro dentro do Credit Suisse, escreveram os advogados na queixa apresentada na terça-feira. O banco também se recusou a comentar o conteúdo daquele relatório.
A Polícia Federal da Suíça, que supervisiona a MROS, não comenta casos específicos, de acordo com uma porta-voz do órgão.
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