Cinco assuntos que vão dar o que falar hoje
(Bloomberg) -- O vazamento dos Panama Papers revela riquezas escondidas, a Arábia Saudita tenta uma reforma orçamentária de US$ 100 bilhões e o desemprego na zona do euro cai para a taxa mais baixa desde 2011. Estes são alguns dos assuntos que vão dar o que falar nos mercados hoje.
Panama Papers
Documentos vazados de um escritório de advocacia panamenho mostram que políticos, celebridades e criminosos do mundo inteiro têm usado bancos e empresas-fantasma para ocultar suas riquezas, segundo uma série de matérias feitas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.
As reportagens aumentaram a pressão sobre o primeiro-ministro da Islândia, que enfrenta um voto de não-confiança hoje no Congresso, e levaram o presidente da Argentina a negar seu envolvimento.
Reforma na Arábia Saudita
A Arábia Saudita está planejando a maior reforma econômica de sua história, com a qual a carga dos preços baixos do petróleo bruto seria espalhada para a população, disse o vice-príncipe-herdeiro Mohammed bin Salman em entrevista exclusiva à agência de notícias Bloomberg.
Ele disse que a previsão é de que o pacote de medidas levante US$ 100 bilhões até 2020. Para os investidores, o primeiro sinal da nova Arábia Saudita será o primeiro programa de títulos internacionais do país, que pode ser lançado já em setembro.
No prazo imediato, os efeitos da declaração do príncipe -- de que seu país congelaria a produção só se o Irã fizesse o mesmo -- sobre o mercado de petróleo continuam pressionando o preço.
Desemprego na zona do euro
O desemprego na zona do euro caiu para 10,3% em fevereiro, a taxa mais baixa desde 2011, segundo dados da Eurostat, a agência europeia de estatística. A taxa de desemprego da Alemanha se manteve em 4,3% na Espanha, que ainda não tem governo depois da eleição inconclusiva de dezembro, o desemprego caiu mais do que o esperado em março.
Queda das commodities continua
Não é só o petróleo que está caindo. Os preços das commodities continuam sendo pressionados de uma maneira geral. O cobre está tendo a pior sequência em dois anos em meio às preocupações de que o excesso global continuará e o zinco e o chumbo também estão caindo.
Quanto aos metais preciosos, o ouro caiu 0,6% e continua cambaleando após começar o ano com o melhor trimestre desde 1986.
Hora de se preocupar com a inflação?
O Morgan Stanley está seguindo a BlackRock e a Pacific Investment Management e recomenda os títulos do Tesouro dos EUA com proteção contra a inflação porque vê que a política do Federal Reserve continuará sendo "decididamente dovish".
O Japão e a zona do euro têm o problema oposto: as empresas japonesas estão reduzindo suas projeções de inflação para os próximos cinco anos e Peter Praet, membro da Comissão Executiva do BCE, disse que o banco central continuará intervindo com vigor para agir contra o risco de que a inflação baixa na área da moeda comum se consolide.
A grande divergência parece que continuará por algum tempo.