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China deixa de ser epicentro de instabilidade nos mercados

Bloomberg News

12/04/2016 14h44

(Bloomberg) -- Os investidores da China finalmente estão conseguindo respirar.

Após o tumulto do último ano ter abalado os gestores globais de recursos e a confiança dos agentes no controle do Partido Comunista sobre os mercados financeiros do país, métricas de instabilidade para o principal índice acionário e para o yuan caíram para os menores níveis desde pelo menos novembro.

O aumento da estabilidade pode ser considerado uma vitória para as autoridades e um alívio para investidores internacionais agora obcecados com a turbulência nos mercados japoneses e o início da temporada de balanços corporativos nos EUA.

Porém, oscilações modestas de preços não se traduzem em condições melhores de negociação para corretoras locais, em meio a suspeitas de intervenções por fundos com apoio estatal.

"É difícil ganhar dinheiro neste mercado agora porque existem poucas oportunidades para realizar boas operações", disse Wang Zheng, diretor de investimento da Jingxi Investment Management em Xangai.

"O time nacional também está jogando a estratégia de 'comprar na baixa e vender na alta' em busca de diferenças de preços para ter lucro. É por isso que a volatilidade está tão baixa. Do ponto de vista dos fundamentos, nem a economia nem os lucros corporativos impressionam muito e não enxergo qualquer catalisador."

Oscilações de preços

Variações médias inferiores a 0,4% no índice Shanghai Composite no último mês são bem diferentes da movimentação do terceiro trimestre do ano passado, quando flutuações superiores a 3% eram a regra.

Uma métrica das oscilações do índice em 30 dias caiu para o menor nível em um ano e está na metade do nível atingido em meados de fevereiro. A volatilidade histórica em 10 dias é menor do que a do índice Topix da bolsa japonesa.

Sinais de estabilização da economia também ajudaram a impulsionar os ativos financeiros chineses. O índice Shanghai Composite se recuperou 14% desde a mínima atingida em janeiro, reduzindo a queda acumulada no ano para 15%. O yuan eliminou as perdas do ano após chegar ao menor valor desde 2011.

Em março, os preços na porta das fábricas tiveram alta mensal pela primeira vez desde 2013.

As reservas internacionais apresentaram aumento inesperado, segundo dados divulgados pelo banco central na semana passada.

As exportações da China provavelmente registraram alta de 10% no mês passado em relação a um ano antes, de acordo com pesquisa da agência de notícias Bloomberg com economistas em antecipação aos números que serão divulgados na quarta-feira. Dados sobre o Produto Interno Bruto serão apresentados na sexta-feira.

Intervenção estatal

O Shanghai Composite fechou com queda de 0,3% após o primeiro-ministro Li Keqiang ter alertado para pressões baixistas na segunda maior economia do mundo.

O giro diário médio nos mercados acionários da China nos últimos 30 dias é apenas um terço do pico observado no ano passado. O yuan teve pouca variação no mercado doméstico e a volatilidade implícita em um mês é a menor em quase cinco meses.

As flutuações na moeda devem continuar moderadas enquanto o Departamento Estatal de Câmbio (SAFE, na sigla em inglês) impedir o enfraquecimento do yuan, de acordo com Wang.

"O mercado offshore para o yuan já encolheu para uma escala bem pequena após a intervenção do governo", disse Wang.

"A menos que o governo queira que o yuan se deprecie, é improvável que ocorram movimentos muito grandes, uma vez que a maioria dos especuladores fugiu do mercado. O mercado onshore está sob controle do SAFE e agora o governo quer que o yuan fique estável."