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Agência prevê menor excesso de petróleo por maior demanda da Índia

Grant Smith

12/05/2016 14h36

(Bloomberg) -- O excedente mundial de petróleo no primeiro semestre deste ano provavelmente será menor do que o estimado anteriormente por causa da demanda robusta na Índia e em outros países emergentes, disse a Agência Internacional de Energia (AIE).

A oferta excederá a demanda por uma média de 1,3 milhão de barris diários nos seis primeiros meses de 2016, em contraste com os 1,5 milhão de barris projetados há um mês, graças ao consumo surpreendentemente forte no primeiro trimestre, disse um relatório da assessoria com sede em Paris. No entanto, ganhos adicionais nos preços do petróleo "provavelmente serão limitados pela abundância dos estoques de petróleo bruto e de produtos", projetou a AIE.

"Mudanças nos dados do relatório deste mês confirmam que os mercados de petróleo caminham para o equilíbrio", disse a agência, que assessora sobre política energética 29 dos países mais industrializados. "A abundância mundial de oferta de petróleo vai diminuir drasticamente no fim deste ano".

A redução do excedente indica que a política da Opep, conduzida pela Arábia Saudita, de permitir que os preços mais baixos do petróleo reequilibrem os mercados mundiais, está funcionando. Os futuros do petróleo encerraram a quarta-feira com a maior alta em seis meses, acima de US$ 46 o barril em Nova York, porque as ofertas foram ajustadas pela redução da extração nos EUA, por incêndios no Canadá e por interrupções na Nigéria.

Projeções da demanda

A AIE elevou sua projeção para a demanda mundial de petróleo neste ano em 100.000 barris diários, para 95,9 milhões por dia. A taxa de crescimento em relação a 2015, de 1,2 milhão de barris diários, é a mesma do relatório anterior. A agência, que disse em março que poderia reduzir as projeções de demanda mundial do petróleo, talvez precise elevá-las ainda mais, de acordo com o relatório publicado na quarta-feira.

A força no primeiro trimestre foi impulsionada pela China, pela Rússia e pelo uso de combustível de transporte na Índia, que está "superando a China como o mercado de maior crescimento para o petróleo".

A produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo chegou ao patamar mais alto desde 2008 porque o Irã recuperou a produção previamente limitada pelas sanções internacionais.

A Opep está extraindo cerca de 500.000 barris por dia a mais do que a média exigida para este ano, mostrou o relatório.

A AIE aprofundou sua estimativa para o declínio em 2016 da oferta dos países de fora da Opep em 100.000 barris diários, depois que incêndios no Canadá interromperam a produção de algumas das areias petrolíferas do país. A produção de países que não fazem parte da Opep cairá 800.000 barris por dia neste ano, para 56,8 milhões de barris diários, porque os preços mais baixos reduziram a atividade de extração dos produtores de xisto dos EUA.

Os estoques de petróleo nos países desenvolvidos caíram em fevereiro pela primeira vez em um ano e voltaram a diminuir em março, restringindo o excedente em comparação com a média sazonal.