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Taxas negativas podem enfraquecer bancos, diz vice-presidente do Banco Mundial

Finbarr Flynn e Maiko Takahashi

12/05/2016 16h56

(Bloomberg) -- Os países que adotaram uma política de taxas de juros negativas para estimular o crescimento econômico enfrentam a possibilidade de enfraquecer seus bancos, de acordo com Arunma Oteh, vice-presidente e tesoureira do Banco Mundial.

"Ainda temos uma economia global que está muito frágil", disse Oteh em uma entrevista, em Tóquio, na quarta-feira. "Houve uma política monetária expansionista que foi útil é que ela também pode ter enfraquecido os bancos", segundo Oteh, que disse que essa era sua visão pessoal.

Embora o Banco do Japão tenha adotado em janeiro uma política de taxas negativas que levou os yields dos títulos soberanos de referência do país para abaixo de zero, o crescimento do crédito desacelerou em comparação com o ano passado. O Banco Mundial rebaixou sua projeção de crescimento global para 2016 de 2,9% no começo do ano para 2,5% no mês passado e mencionou "uma ferida aberta da crise anterior do sub-prime e da crise da dívida soberana que se recusa a sarar".

Advertências

Nobuyuki Hirano, presidente da Mitsubishi UFJ Financial Group, se uniu no mês passado ao grupo cada vez maior de líderes financeiros que alertam sobre os riscos das taxas negativas para a estabilidade bancária. Ele disse que os credores não conseguirão repassar as taxas negativas para os clientes e que isso "minará gradualmente a força financeira dos bancos japoneses".

O Banco Central Europeu adotou as taxas negativas pela primeira vez em 2014. A Dinamarca utiliza essa política há quatro anos.

O Banco Mundial planeja tomar emprestado entre US$ 58 bilhões e US$ 60 bilhões neste ano, segundo Oteh, que trabalha em Washington. O maior fornecedor de financiamento para desenvolvimento do mundo, cujos maiores acionistas são os EUA e o Japão, obterá do Japão cerca de 12% dos fundos, disse ela.

Oteh entrou no Banco Mundial como vice-presidente e tesoureira em setembro de 2015. Com um MBA da Universidade Harvard, Oteh trabalhou anteriormente como diretora da Comissão de Valores Mobiliários da Nigéria e tesoureira do African Development Bank Group, segundo informações biográficas no site do Banco Mundial.