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Investidores reduzem projeções de alta de juros do Fed este ano

Wes Goodman

13/05/2016 11h28

(Bloomberg) -- Para Jeffrey Gundlach, há 50 por cento de chances de o Federal Reserve elevar as taxas de juros neste ano.

Os yields subirão na próxima década, disse Gundlach, CEO da DoubleLine Capital em Los Angeles, em um webcast, na quinta-feira. Os yields dos títulos de 30 anos dos EUA subirão mais de 6 por cento, disse ele, contra 2,58 por cento na sexta-feira. O DoubleLine Core Fixed Income Fund deu retorno de 2,9 por cento nos últimos 12 meses, superando 57 por cento de seus pares, mostram dados compilados pela Bloomberg.

Os traders estão reduzindo as projeções de ação do Fed em 2016 em um momento em que a inflação dos EUA está abaixo da meta do banco central. Os contratos futuros indicam que as probabilidades estão em linha com a posição de Gundlach, em queda em relação aos mais de 90 por cento de janeiro. Alguns investidores dizem que o Fed se manterá em compasso de espera durante todo o ano. Na quinta-feira, dois presidentes de Feds regionais que geralmente ficam em lados opostos no debate de política monetária fizeram defesas separadas, mas similares, de um aumento nos juros.

"A chance de aumento pelo Fed definitivamente é zero e eu não acredito ser o único que pensa assim", disse Yusuke Ito, investidor sênior em Tóquio da Mizuho Asset Management, que administra cerca de US$ 46 bilhões. "Os yields estão caindo".

O yield da nota de 10 anos de referência caía dois pontos-base, para 1,73 por cento, às 7h24 em Londres, segundo dados da Bloomberg Bond Trader. A nota com rendimento de 1,625 por cento e com vencimento em maio de 2026 subiu 7/32, ou US$ 2,19 para cada US$ 1.000 em valor de face, para 99 1/32.

A volatilidade no mercado de títulos dos EUA está caindo juntamente com as chances de ação do Fed. O Bank of America Merrill Lynch MOVE Index, índice das oscilações de preço das dívidas americanas, caiu para 63,92, nível mais baixo desde o fim de 2014, antes da divulgação, nesta sexta-feira, dos relatórios de vendas do varejo, de preços ao produtor e de sentimento do consumidor.

A mudança anual no índice de preços do Departamento do Comércio ligado aos gastos pessoais, um dos indicadores que o Fed utiliza para medir a inflação, está abaixo da meta de 2 por cento do banco central há quatro anos.

As declarações dos presidentes do Fed de Boston, Eric Rosengren, e do Fed de Kansas City, Esther George, indicaram um possível consenso entre hawks e doves no Comitê Federal de Mercado Aberto em relação à necessidade de ação. Ambos votarão no comitê neste ano.