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Mark Mobius aposta em ações de empresas menores da Índia

Santanu Chakraborty

02/06/2016 12h20

(Bloomberg) -- Mark Mobius está apostando em ações de empresas indianas de menor porte para lucrar com a expansão da economia de mais rápido crescimento do mundo.

"Considerando as reformas que estão sendo realizadas e o impacto que elas podem ter sobre os lucros corporativos, conclui-se que a Índia está muito perto de uma oportunidade interessante", disse Mobius, presidente-executivo do conselho da Templeton Emerging Markets Group, em entrevista à Bloomberg Quint em Mumbai. A gestora de recursos possui US$ 2 bilhões em ações indianas, dos quais mais de US$ 600 milhões estão investidos em ações de pequenas empresas, disse ele.

O indicador S&P BSE SmallCap, formado por 762 pequenas empresas, caiu 5,4 por cento neste ano, contrastando com um avanço de 2,8 por cento do S&P BSE Sensex, porque algumas das ações de pior desempenho do índice de referência no ano passado se recuperaram em 2016. As empresas menores provavelmente subirão depois de terem ficado para trás em relação à alta das maiores ações com a concretização das medidas de estímulo ao crescimento adotadas pelo primeiro-ministro Narendra Modi, disse Mobius.

"A postura política e a filosofia de Modi começarão a alimentar a economia, a acelerar o ritmo, e isso provocará um impacto fantástico", disse Mobius, que administra US$ 26,5 bilhões em ações de mercados emergentes. A Templeton está otimista em relação a empresas farmacêuticas, de internet e de comércio eletrônico, disse ele.

A recuperação da rentabilidade corporativa após declínios em quatro dos últimos cinco trimestres e a projeção de chuvas acima da média após duas secas consecutivas aumentaram a confiança do investidor no quarto maior mercado de ações da Ásia.

Aceleração do crescimento

Dados oficiais divulgados nesta semana mostraram que o crescimento econômico da Índia, o maior do mundo, acelerou 7,9 por cento no trimestre terminado em março, mais que o previsto. Os números consolidaram a posição de destaque da Índia entre os mercados emergentes em um momento de desaceleração da China e de contrações na Rússia e no Brasil. O Sensex subiu 4,1 por cento em maio, melhor desempenho entre os índices de referência asiáticos.

O governo de Modi tem sido fundamental na redução do déficit em conta-corrente ao limitar as importações de ouro, buscar a redução da burocracia, acelerar a construção de infraestrutura e reduzir o déficit orçamentário ao menor nível em nove anos. Contudo, as entradas de recursos dos fundos internacionais perderam força nos últimos meses em meio à demanda fraca por ativos de mercados emergentes.

Os estrangeiros compraram US$ 386 milhões em ações em maio, contra entradas de US$ 585 milhões em abril e de US$ 4,1 bilhões em março, que foi a maior em três anos. As entradas de recursos ganharão ritmo quando o apetite global por risco se recuperar, disse Mobius.

"A Índia tem sido retardada, de certa forma, pelo cenário macro dos mercados emergentes até o momento, mas isso está mudando", disse ele. "Mais dinheiro virá para a Índia".