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Metais e mineração podem retomar fusões e aquisições no 2º semestre

Agnieszka de Sousa

08/06/2016 14h32

(Bloomberg) -- Os setores mundiais de metais e de mineração podem estar prestes a ver um ressurgimento na tomada dos negócios.

Fusões e aquisições no setor atingiram o nível mais baixo em uma década no ano passado, representando 3% de transações em todos os setores, disse o Macquarie Group. Contanto que as commodities não caiam, os preços mais fracos no segundo semestre podem estimular mais negócios com compradores ganhando vantagem e vendedores tornam-se mais desesperados, de acordo com pesquisa do banco com mais de 60 empresas.

Este ano, "poderia marcar o ponto de virada para os negócios," disseram analistas do Macquarie incluindo Alon Olsha, em um relatório quarta-feira.

O Índice de Commodities Bloomberg atingiu o nível mais baixo em mais de duas décadas em janeiro em meio a desaceleração da demanda da China após anos de investimento excessivo na oferta.

Produtores reagiram reduzindo produção, emprego, gastos com exploração e reduzindo dívida. Enquanto isso ajudou as matérias-primas a entrar em bull market esta semana, os preços ainda estão mais de 60% abaixo do pico de 2008.

Há sinais aquecimento nos negócios. A Freeport-McMoRan concordou no mês passado em vender sua participação em uma mina de cobre na República Democrática do Congo e a Anglo American recentemente eliminou seu negócio de nióbio e fosfato. A Glencore está vendendo dois ativos de cobre e explorando opções para uma mina de ouro no Cazaquistão.

Retornos futuros

"Para empresas de recursos naturais, o crescimento não é simplesmente uma vantagem sobre seus pares", disse o Macquarie. "É um imperativo existencial já que os recursos são finitos e devem ser repostos."

Um total de 143 empresas de metais e de mineração cobertas pelo banco seria capaz de ganhar US$ 61 bilhões em ofertas este ano, disse. Abaixo dos US$ 332 bilhões em 2011, o valor deve subir para US $ 122 bilhões até 2018, disse o Macquarie. A atividade pode crescer porque a maioria dos entrevistados disse que pretende fazer algum tipo de "reorganização" de ativos em suas carteiras nos próximos 12 a 18 meses.

Cobre e ouro são os mais desejados pelos produtores e a Rio Tinto e a Barrick Gold podem ser os compradores de destaque em seus setores, disse o banco. A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo, é uma das poucas com "poder de fogo significativo para fazer negócios", capaz de gastar de US$ 11 bilhões a US$ 16 bilhões, disse o banco.

Outras empresas melhor posicionadas para negócios incluem BHP Billiton em carvão, South32 em cobre, níquel e zinco e Mitsui em cobre e carvão, de acordo com o Macquarie. A Antofagasta e a Sibanye Gold também podem comprar ativos, disse.

A possibilidade de fusões e aquisições em larga escala ainda é limitada porque a maioria serviria para financiar negócios através de dívida ou excesso de caixa. Bons ativos estão em falta e as avaliações caras são os principais obstáculos, disse o banco.