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Soros retorna às operações e vê mudanças no mercado, diz fonte

Andreea Papuc

09/06/2016 09h01

(Bloomberg) -- O bilionário investidor George Soros está mais envolvido nas operações de seu family office, preocupado com a perspectiva para a economia global e com o risco de que grandes mudanças do mercado possam ser iminentes, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

Soros, 85, vem passando mais tempo no escritório dirigindo operações e recentemente gerenciou uma série de grandes investimentos pessimistas, disse a pessoa, que pediu anonimato por discutir informação privada.

A Soros Fund Management vendeu ações e comprou ouro e participações em produtoras de ouro no último trimestre, antecipando uma fragilidade em vários mercados, segundo uma declaração ao governo.

Um porta-voz de Soros em Nova York preferiu não comentar, em e-mail à Bloomberg News. O Wall Street Journal havia divulgado anteriormente a decisão de Soros.

O filantropo octogenário, que construiu uma fortuna de US$ 24 bilhões por meio de apostas inteligentes nos mercados, adotou uma visão sombria sobre a economia mundial e particularmente sobre a China.

Em abril, Soros disse que a economia impulsionada por dívidas da China lembra a dos EUA em 2007-2008, antes de os mercados de crédito paralisarem e gerarem uma recessão global. A maior parte do dinheiro que os bancos da China estão fornecendo é necessária para manter dívidas inadimplentes e empresas deficitárias vivas, disse Soros na ocasião.

Em janeiro, o ex-gerente de hedge fund disse que o pouso forçado do país asiático era "praticamente inevitável", acrescentando que uma queda desse tipo pioraria as pressões deflacionárias globais, derrubaria as ações e impulsionaria os títulos do governo dos EUA.

A visão pessimista o levou a reduzir seus investimentos em ações americanas em mais de um terço no último trimestre, apostando contra as ações e confiando no ouro. O valor das posições divulgadas ao público da Soros Fund Management caiu 37% no fim de março, para US$ 3,5 bilhões, segundo declaração ao governo em maio.

O ex-diretor de estratégia de Soros, o investidor bilionário Stan Druckenmiller fez eco da visão de Soros sobre o ouro, dizendo no mês passado que o metal amarelo era sua maior alocação cambial porque os bancos centrais estavam experimentando com o "conceito absurdo de taxas de juros negativas".