Inflação mexicana é ressuscitada por desvalorização do peso
(Bloomberg) -- O Bank of America e o BBVA Bancomer estão recomendando aos seus clientes a aquisição de títulos mexicanos ligados à inflação neste momento em que o aprofundamento da queda do peso está elevando os custos dos produtos.
Os preços de todo tipo de produto, das joias aos medicamentos, subiram 3,5 por cento em maio em relação ao ano anterior, maior elevação registrada desde novembro de 2014.
Isso sinaliza que a desvalorização de 30 por cento do peso nos últimos dois anos está começando a elevar o custo de vida da segunda maior economia da América Latina, disse o economista-chefe do Bank of America para o México, Carlos Capistrán.
Nos últimos 12 meses, no México, a taxa de inflação permaneceu bastante abaixo da meta de 3 por cento do banco central e chegou a atingir o menor valor em quatro décadas em dezembro apesar da depreciação da moeda.
Se no ano passado o banco central ressaltou a diminuição do chamado pass-through, ou ligação entre o peso e os preços ao consumidor, no fim deste mês a autoridade monetária deverá elevar a taxa básica de juros, hoje em 3,75 por cento, para preservar a estabilidade financeira e manter a inflação sob controle.
"Este é o início de um pass-through maior do peso", disse Capistrán. "Estamos começando a ver um efeito mais nítido nos preços das mercadorias."
Ele projeta que a inflação anual subirá para 3,3 por cento até o fim do ano, contra 2,6 por cento em maio. O Bank of America está aconselhando seus clientes a comprarem títulos mexicanos ligados à inflação com vencimento em 2025 e a venderem as notas de renda fixa de 10 anos do país.
O peso teve uma desvalorização de 7,7 por cento neste ano, a maior registrada entre as moedas dos mercados emergentes.
Pedro Uriz, estrategista do BBVA, recomenda a compra de títulos mexicanos ligados à inflação para 2019 e a venda das notas de taxa fixa. O BBVA prevê que os aumentos de preços subirão para 2,9 por cento até o fim do ano.
"As expectativas de inflação implícitas estavam excessivamente baixas", disse Uriz. "O pass-through está focado nos produtos, mas devido à fraqueza da taxa de câmbio poderemos ter mais disso."
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