Investidores do Japão vendem ações por temor de Brexit
(Bloomberg) -- Um ressurgimento da volatilidade nos mercados mundiais deixou os investidores do Japão até Hong Kong lutando para vender seus ativos de maior risco.
Akio Yoshino, economista-chefe da Amundi Japan em Tóquio, disse que sua empresa está vendendo ações para comprar títulos denominados em ienes em um momento em que os chamados "indicadores do medo" para as ações asiáticas estão subindo para os níveis mais altos em três meses.
Em Hong Kong, Ken Peng, estrategista de investimentos do Citi Private Bank para a Ásia, está orientando clientes a se protegerem contra quedas das ações.
Poucos dias depois que as bolsas do mundo atingiram o nível mais alto de 2016, a preocupação cada vez maior de que o Reino Unido saia da União Europeia está provocando uma forte queda nos ativos de maior risco.
Uma pesquisa publicada pelo jornal "The Independent" revelou que 55% dos votantes estão a favor da Brexit no dia 23 de junho, uma decisão que, segundo os economistas, levaria a libra à cotação mais baixa em três décadas.
"A pesquisa do 'The Independent' sobre a Brexit foi chocante", disse Yoshino, cuja empresa administra o equivalente a US$ 33 bilhões. "Nós estamos saindo das ações e comprando dívida em ienes - papéis do governo japonês, títulos samurai e dívida corporativa".
Preocupação
A Brexit não é a única preocupação dos investidores. Nesta semana, o Banco do Japão e o Federal Reserve (Fed) tomarão decisões sobre política monetária e a MSCI avaliará se adicionará ações registradas em bolsas da China aos seus índices globais.
A forte queda das ações começou no fim da semana passada, quando o índice MSCI All-Country World caiu 1,4 por cento na sexta-feira após a publicação do resultado da pesquisa sobre a Brexit.
A venda a descoberto representou 47,1% das transações realizadas na Bolsa de Tóquio na sexta-feira, a maior proporção registrada desde 2008, segundo dados das bolsas compilados pela Bloomberg. Embora as apostas pessimistas tenham recuado para 43,3% na segunda-feira, ainda era a terceira proporção mais alta nos dados.
'Venda preventiva'
Mesmo depois de ter encerrado a semana com dois dias de recuo, o índice S&P 500 estava a 2% do recorde histórico de maio de 2015.
A volatilidade continua muito abaixo dos níveis do começo deste ano, quando uma queda dos preços das commodities perturbou as ações globais, e de agosto, quando a China desvalorizou inesperadamente o yuan. Naquele momento, o índice de volatilidade da Chicago Board of Options Exchange (VIX, na sigla em inglês) atingiu um pico de 40,74 pontos.
"Essa é uma venda preventiva caso a Brexit aconteça de fato", disse Khiem Do, diretor de estratégia com múltiplos ativos da Baring Asset Management em Hong Kong, que administra cerca de US$ 35 bilhões. "Há muita venda 'por via das dúvidas' hoje, especialmente no mercado de ações".
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