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IPOs globais tornam risco atraente a investidor ávido por rendimentos

Alex Barinka

14/06/2016 12h19

(Bloomberg) -- O mercado global de ofertas públicas iniciais pode finalmente estar oferecendo alguns sinais encorajadores para os investidores ávidos por rendimentos.

Após o primeiro trimestre mais lento para os IPOs internacionais desde a crise financeira, o segundo trimestre trouxe diversas ofertas de mais de US$ 1 bilhão e um salto médio de mais de 30 por cento das ações.

A empresa de energia dinamarquesa Dong Energy captou US$ 2,6 bilhões em 9 de junho, o China Zheshang Bank levantou US$ 1,9 bilhão em março, incluindo lote suplementar, e a distribuidora de alimentos US Foods Holding captou cerca de US$ 1,18 bilhão no mês passado.

As empresas estão preparando ofertas mais ambiciosas, incentivadas pelos desempenhos relativamente positivos, pelo tamanho dos negócios desde abril e pelo mercado mais estável. As ações dos maiores IPOs deste ano subiram ou permaneceram iguais ao valor da abertura de capital, o que é encorajador para os potenciais investidores, segundo Stephen Pierce, chefe global de mercados de capitais acionários do Goldman Sachs.

"Um bom número de investidores está olhando para os IPOs como uma categoria de investimento à qual é preciso dar atenção, especialmente em um momento em que tentam se equiparar aos índices de referência", disse ele.

Embora uma quantidade menor de recursos tenha sido captada de forma global, as ações das empresas que abriram capital neste ano com ofertas maiores que US$ 50 milhões subiram 35 por cento em média, segundo dados compilados pela Bloomberg, excluindo sociedades de aquisição de propósito específico e trusts e fundos de investimento imobiliário. O MSCI ACWI Index de ações globais está estável para o ano.

Line Corp

O serviço de mensagens japonês Line está planejando para o terceiro trimestre o maior IPO do mundo no setor de tecnologia deste ano, buscando captar até 113 bilhões de ienes (US$ 1 bilhão) em julho. A Univision Holdings, maior emissora de língua espanhola dos EUA, planeja uma oferta pública inicial para o segundo semestre e poderia captar até US$ 1 bilhão, disseram pessoas informadas sobre o assunto em abril.

Não era preciso muito para que a situação fosse encorajadora. O volume global no período de 12 meses até 13 de junho caiu 52 por cento, para cerca de US$ 36 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg, contra US$ 75 bilhões no mesmo período de um ano antes. O temor em relação à economia da China, a queda dos preços do petróleo e a incerteza em relação às perspectivas dos bancos centrais para as taxas de juros deixaram os investidores nervosos e mantiveram as empresas em compasso de espera.

As ações europeias lideraram o ressurgimento no segundo trimestre, com vendas de ações por empresas e governos. As corporações de capital aberto da região captaram mais da metade do total de US$ 23 bilhões em novas ações vendidas globalmente de abril até 13 de junho, seguidas por US$ 6,6 bilhões na Ásia e US$ 4,5 bilhões na América do Norte, mostram os dados compilados pela Bloomberg.