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BlackRock cria ETF para ações chinesas após decisão do MSCI

Elena Popina

16/06/2016 12h59

(Bloomberg) -- A BlackRock, a maior administradora de recursos do mundo, apresentou seu primeiro fundo negociado em bolsa (ETF, na sigla em inglês) registrado nos EUA, que dá aos investidores acesso a ações A apenas um dia depois do MSCI ter decidido não incorporar as ações locais chinesas aos índices de referência.

O ETF iShares MSCI China A começou a operar na quarta-feira em Nova York. O fundo acompanha empresas registradas nas bolsas de Xangai e Shenzhen e tem uma razão de gastos de 0,65 por cento, a mais barata entre 13 fundos registrados nos EUA com foco nas ações A da China.

As ações chinesas foram rejeitadas pelo MSCI em meio à preocupação com restrições nos fluxos de capital interfronteiriços. É possível que isso tenha reduzido o entusiasmo em relação às ações da China Continental depois dos investidores terem aumentado as apostas de que as ações A seriam incorporadas. ETFs que investem em ações e títulos de dívida negociados nas bolsas da China Continental e em Hong Kong registraram fluxos de entrada de US$ 387 milhões na semana passada, o maior montante desde março, mostram dados compilados pela Bloomberg.

"A demanda por ETFs com ações A chinesas é situacional, hoje não se vê nenhum interesse e os investidores estão deixando o mercado, mas se a situação mudar o interesse poderia crescer rapidamente", disse Ilya Feygin, estrategista da WallachBeth Capital, em entrevista de Nova York. "O anúncio do MSCI pode ter espantado alguns investidores, mas ele não pode ignorar o mercado chinês para sempre".

Rejeição

O ETF iShares MSCI China A dá aos investidores exposição ao mercado onshore por meio da Cota de Renminbi para Investidores Institucionais Estrangeiros Qualificados da BlackRock. Gerentes de ativos estrangeiros precisam ter uma licença de Investidor Institucional Estrangeiro Qualificado (QFII ou RQFII, na sigla em inglês) para comprar ações A.

A decisão do MSCI de não incluir a China ocorreu apesar de uma enxurrada de medidas neste ano para atender as preocupações do índice, entre elas uma redução das interrupções arbitrárias do trading e a flexibilização das restrições sobre os fluxos de capital interfronteiriços. A decisão mostra que os investidores institucionais ainda não se sentem à vontade colocando seu dinheiro no mercado de US$ 6 trilhões depois que uma campanha malsucedida do governo para sustentar os preços das ações provocou turbulência nas ações globais no ano passado.

O Shanghai Composite caiu 18 por cento em 2016 e o ETF Deutsche X-trackers Harvest CSI 300 China A-Shares, o maior ETF registrado nos EUA que investe nas ações da China Continental, recuou 17 por cento.