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Fundo líder de desempenho aposta na Nova Economia na China

Lillian Chen e Jacob Gu

23/06/2016 16h10

(Bloomberg) -- O fundo com exposição a ações chinesas que é líder de desempenho nos EUA está apostando alto na transição do país para a Nova Economia, aumentando as posições em empresas de tecnologia e voltadas para o consumidor.

O Invesco Greater China Equity Fund, que gerou retorno total de 1,54 por cento entre o começo deste ano e 16 de junho, foi o de melhor desempenho entre 47 fundos globais listados nos EUA que a Bloomberg acompanha e que têm exposição mínima de 25 por cento à China. O Emerging Market Equity Insights Fund, do Goldman Sachs Group Inc., está em segundo lugar, com retorno de 0,94 por cento. Os gestores desses fundos conseguiram escapar dos efeitos dos tombos de 19 por cento do índice Shanghai Composite e de 13 por cento do índice Hang Seng China Enterprises.

"Não fizemos nenhuma mágica", disse Mike Shiao, que administra US$ 2,1 bilhões como diretor de investimentos para Ásia fora Japão da Invesco Hong Kong Ltd. "O desempenho superior realmente se baseia em nossa abordagem de investimento de longo prazo, não é uma surpresa de um ano."

Shiao ampliou a participação de ações de consumo e tecnologia na carteira ao longo do último ano, segundo dados compilados pela Bloomberg. A parcela do fundo em empresas voltadas para o consumidor se ampliou de 6,6 por cento para 43 por cento nos 12 meses até março de 2016. Ele também aumentou a exposição do fundo a firmas de tecnologia de 12 por cento para 29 por cento no período.

"É a abordagem consistente de longo prazo de seleção de ações que funciona", disse Shiao em entrevista por telefone na semana passada. "O peso acima do proporcional que damos aos setores de consumo e tecnologia da informação tem sido muito consistente. Buscamos empresas listadas na China, em Hong Kong e em Taiwan que podem se beneficiar do crescimento da China."

Reestruturação econômica

A China está tentando impulsionar o crescimento econômico ao se distanciar das atividades tradicionais de manufatura e indústria pesada e intensificar as atividades de consumo e tecnologia. Investidores e analistas têm reservas sobre o sucesso dessa transição.

O índice MSCI de ações de consumo discricionário da China caiu 32 por cento nos últimos 12 meses, enquanto o índice de ações de consumo básico recuou 29 por cento. As estimativas de vendas dos analistas para o setor de consumo vêm diminuindo por cinco anos, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

O fundo da Invesco reduziu as aplicações em ações dos setores bancário e energético porque são estatais e menos atraentes, na opinião de Shiao.

"Nossa abordagem de investimento na China geralmente se concentra em empresas privadas mais competitivas", ele disse. "A economia chinesa é parcialmente dominada pelas estatais, sendo a maioria empresas de matérias-primas, energia e bancos. É um dos motivos para darmos maior peso a setores voltados para o consumidor."

Entre as 10 ações com maior participação no fundo em 31 de março estavam China Mobile Ltd. (a maior operadora de telefonia móvel do mundo), Minth Group Ltd., Tencent Holdings Ltd. (a maior empresa de internet da China), Vipshop Holdings Ltd. e President Chain Store Corp.