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Morgan Stanley eleva projeção do minério de ferro após rali

Jasmine Ng

28/06/2016 15h02

(Bloomberg) -- O Morgan Stanley elevou a perspectiva para o minério de ferro para este ano e 2017 após a alta dos preços nos seis primeiros meses do ano, dizendo que os principais fornecedores da Austrália estão ajustando a adição de oferta nova e que a demanda da China pelo aço continuará encontrando respaldo.

A projeção para 2016 foi ampliada em 17 por cento, para US$ 46 a tonelada, e a perspectiva para o ano que vem foi elevada em 13 por cento, para US$ 42, segundo um relatório trimestral. Apesar de o banco ter ampliado as projeções trimestrais, sua posição revisada de US$ 35 para os últimos três meses do ano sinaliza que os preços ainda deverão ficar abaixo da mínima do ano passado.

O minério de ferro subiu neste ano após a adição de estímulos pela China, que ampliou o consumo de aço no país que é o principal usuário da commodity, surpreendendo muitos analistas que haviam previsto um quarto ano de queda. O Morgan Stanley aventou a possibilidade de as duas maiores mineradoras da Austrália, a BHP Billiton e a Rio Tinto, estarem "ajustando" a adição de oferta nova para acomodar condições de mercado mais frágeis.

"Uma faixa de negociação razoável para o preço do minério entre março e setembro é de US$ 45 a US$ 55 por tonelada", escreveram analistas, incluindo Tom Price. Nesse patamar, segundo eles, os preços preservam a rentabilidade das grandes empresas e respaldam o desenvolvimento da nova mina Roy Hill, de Gina Rinehart, que poderá embarcar 30 milhões de toneladas em 2016, disseram.

O minério com 62 por cento de conteúdo estava a US$ 53,65 a tonelada na terça-feira, uma alta de 23 por cento neste ano, segundo a Metal Bulletin. O preço atingiu o piso de US$ 38,30 a tonelada em dezembro com a desaceleração da economia chinesa, prejudicando a demanda justamente em meio ao aumento da oferta transoceânica de baixo custo.

A oferta transoceânica aumentará apenas 0,3 por cento neste ano antes de expandir-se 5 por cento em 2017, disse o Morgan Stanley. O mercado global, que estava perto do equilíbrio no ano passado, deverá registrar um aumento do excedente, que passaria de 33,4 milhões de toneladas em 2016 para quase 100 milhões de toneladas em 2018, disse o banco.

O mercado do minério de ferro demorará mais para entrar em equilíbrio do que o de outras commodities como o petróleo porque a oferta excedente leva anos para ser absorvida após uma rápida expansão, disse o CEO da BHP, Andrew Mackenzie, neste mês. Após as oscilações recentes, o preço está mais realista agora com base nos fundamentos da oferta e da demanda, disse ele à plateia de um evento em Nova York.