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Investidores olham mercados longe do Reino Unido após Brexit

Chiara Albanese e Stefania Spezzati

30/06/2016 14h48

(Bloomberg) -- Os investidores estão olhando para longe do Reino Unido em sua busca por mercados menos vulneráveis às consequências da decisão britânica, em referendo, de deixar a União Europeia.

A Amundi vê valor nos juros dos mercados emergentes, considerando que uma maior acomodação dos bancos centrais é possível após o Brexit. Enquanto outros parecem esnobar a Europa como um todo e optar pelas ações dos EUA, a Indosuez Wealth Management prefere as ações da região, com exceção dos papéis do Reino Unido.

A seguir, confira o que dizem os investidores:

Amundi SA

A Amundi enxerga oportunidades nos juros dos mercados emergentes porque o Brexit provavelmente estimulará uma maior acomodação da política monetária pelos bancos centrais, disse o estrategista global para mercados emergentes Abbas Ameli-Renani, em entrevista por telefone.

O fundo está seletivamente recebendo juros da Europa Central e do Leste Europeu, com a Polônia entre eles. A Amundi enxerga valor nos juros russos e indonésios em um momento em que os bancos centrais estão entrando em um ciclo gradual, mas verossímil, de corte de juros.

JPMorgan Asset Management

As ações dos EUA poderão se beneficiar de uma fuga para a qualidade no rescaldo do Brexit, escreveu John Bilton, chefe global de estratégia multiativos, em nota.

Uma libra relativamente desvalorizada poderia beneficiar setores do Reino Unido com fontes de renda substanciais no exterior, como as indústrias farmacêutica, de produtos básicos, de energia e de mineração.

Aberdeen Asset Management Plc

A empresa aumentou suas posições em juros de mercados emergentes após o referendo britânico com base na visão de que o Brexit atrasará os aumentos dos juros dos EUA, disse o gerente de investimento em mercados emergentes da empresa, Viktor Szabo, em entrevista.

Ele estima que o Federal Reserve ficará "fora do jogo neste ano" com um ambiente de juros "mais baixos por mais tempo". Isto levará fluxos para os ativos dos mercados emergentes, considerando a falta de rendimento nos mercados desenvolvidos, disse Szabo.

Julius Baer Group Ltd

A Julius Baer ampliou sua exposição às ações dos mercados emergentes após a decisão do Reino Unido com base na visão de que o Fed adiará os aumentos dos juros e de que os bancos centrais estão prontos para entrar em ação a fim de respaldar a economia, disse o estrategista-chefe da empresa, Christian Gattiker, em entrevista.

O Banco do Japão provavelmente estará entre os bancos centrais que poderão flexibilizar sua política monetária nas próximas semanas, acrescentou.

Indosuez Wealth Management

A reação inicial do mercado ao referendo britânico oferece uma boa oportunidade de entrar nos mercados de ações da Europa continental, disse a economista-chefe da empresa, Marie Owens Thomsen, em entrevista por telefone.

A Indosuez está positiva em relação ao ouro e à maioria dos mercados da UE e negativa quanto aos ativos britânicos devido às incertezas deixadas pelas consequências do referendo. A empresa continua muito próxima da referência em relação à alocação nos EUA e não prevê, "absolutamente", nenhum aumento nos juros pelo Fed neste ano, disse Thomsen.

Vanguard Asset Management Ltd

Após o Brexit, "a única certeza é a incerteza", disse o estrategista Nick Eisinger em entrevista por telefone.

A Vanguard recomenda cautela quanto aos títulos soberanos da parte periférica da Europa e projeta que eles serão negociados em linha com os indicadores técnicos no próximo trimestre. Eisinger prevê um aumento apenas marginal dos spreads na região periférica do continente e acredita que qualquer movimento do tipo pode oferecer oportunidades de compra, considerando que a flexibilização quantitativa do Banco Central Europeu atuaria como escudo.