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Futuro de gestores de recursos pode depender das máquinas

Charles Stein

12/07/2016 12h28

(Bloomberg) -- As gestoras de recursos, que enfrentam a estagnação de ativos e a pressão dos fundos de índice, precisarão cada vez mais adotar estratégias impulsionadas por computadores para continuarem competitivas, segundo a Boston Consulting Group.

Tecnologias que normalmente eram dominadas por um pequeno grupo de gestores de nicho -- como aprendizagem de máquina, inteligência artificial, processamento de linguagem natural e raciocínio preditivo -- estão prestes a se tornarem generalizadas, disse a empresa em um relatório na segunda-feira. Sem ferramentas como estas, as empresas podem perder relevância e ficar para trás em relação às demais em termos de capacidade de produzir retornos adicionais, segundo o relatório.

"A falta de crescimento do mercado em 2015 reforçou a urgência enfrentada pelos gestores para buscar uma mudança significativa nas capacidades", disse Gary Shub, sócio da consultoria, em comunicado que acompanhou o relatório. "A experiência profunda, fundamentada em dados e análises avançados, definirá a vantagem competitiva e permitirá que alguns gestores prevaleçam".

As gestoras de recursos tradicionais, assim como os hedge funds, estão buscando expandir seu conhecimento tecnológico, caçando altos executivos de gigantes da tecnologia para gerenciar sua transformação em empresas orientadas por computadores. Na semana passada, a Citadel, empresa de investimento administrada pelo bilionário Kenneth Griffin, de Chicago, contratou Kevin Turner, diretor de operações da Microsoft, para administrar sua divisão de títulos. Em março, a Bridgewater Associates de Ray Dalio contratou Jon Rubinstein, que por muito tempo foi vice do cofundador da Apple, Steve Jobs, como co-CEO.

O relatório da Boston Consulting Group, intitulado Global Asset Management 2016: Doubling Down on Data ("Gestão de Ativos Global 2016: dobrando a aposta nos dados"), disse que 2015 foi um ano difícil, marcado por um crescimento limitado dos ativos, mercados voláteis e pressão sobre as comissões. Os ativos sob gestão no setor cresceram apenas 1 por cento no ano passado e as entradas de novos recursos perderam força, segundo o relatório.

A Vanguard Group e a BlackRock, ambas conhecidas por estratégias que imitam índices, tiveram as maiores entradas em fundos mútuos dos EUA, pontuou o relatório, ressaltando a contínua transferência de dinheiro de veículos ativos para passivos.