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Fink, da BlackRock, diz que rali de ações é injustificado

Sabrina Willmer

14/07/2016 13h03

(Bloomberg) -- Laurence D. Fink, que administra a maior gestora de ativos do mundo como CEO da BlackRock, disse que o rali atual das ações pode ser injustificado e fugaz, a menos que os lucros subam.

"Se não virmos lucros corporativos melhores que os antecipados, acho que o rali terá vida curta", disse Fink, 63, em entrevista, nesta quinta-feira.

Os lucros corporativos caíram por cinco trimestres e os pequenos investidores vêm tirando seu dinheiro das ações, disse Fink à CNBC mais cedo. A decisão do Reino Unido, em referendo, de deixar a União Europeia provavelmente levará o país a uma recessão, disse ele.

Fink, cuja empresa enxugou a folha de pagamentos em cerca de 3 por cento no início deste ano, disse que o referendo do Brexit enfraquecerá o crescimento econômico global e torna improvável a aplicação de outro aumento de juros pelo Federal Reserve neste ano. Na quinta-feira, a BlackRock reportou um declínio de 3,7 por cento nos lucros do segundo trimestre porque os clientes passaram seus recursos das ações para investimentos de renda fixa e aplicações financeiras com comissões menores.

"Nossos clientes estão enfrentando desafios inéditos em sua tentativa de superar o ambiente atual de investimento", disse Fink, no comunicado de lucros da empresa. "A incerteza política e macroeconômica, os rendimentos historicamente baixos e a elevada volatilidade do mercado estão levando os clientes a uma pausa, conforme evidenciado pelos mais de US$ 55 trilhões em depósitos bancários apenas nos EUA, na China e no Japão".

O referendo do Brexit se somou a uma série de eventos que impulsionaram a volatilidade do mercado financeiro neste ano, como a forte queda do petróleo no primeiro trimestre e a preocupação com a economia da China. As ações globais perderam US$ 2,5 trilhões em valor de mercado em 24 de junho, o dia posterior ao referendo britânico, e recuperaram a maior parte dos prejuízos quando os bancos centrais sinalizaram que estavam prontos para dar respaldo aos mercados.

Rali das ações

As ações dos EUA subiram pelo quinto dia seguido nesta quinta-feira, porque cresceu a especulação quanto a políticas monetárias internacionais mais flexíveis e uma projeção de lucro melhor que o estimado do JPMorgan gerou otimismo em relação aos ganhos dos bancos. O S&P 500 Index avançava 0,6 por cento, para 2.165,84, às 9h33 pelo horário de Nova York, a caminho de sua sequência de ganhos mais longa em quatro meses.

Se os lucros subirem neste trimestre, poderão validar o rali atual, disse Fink à CNBC.

A BlackRock é a primeira grande gestora de recursos dos EUA a reportar os lucros do segundo trimestre. O lucro líquido nos três meses até junho caiu para US$ 789 milhões, ou US$ 4,73 por ação, contra US$ 819 milhões, ou US$ 4,84 por ação, um ano antes. Os lucros ajustados de US$ 4,78 por ação superaram a estimativa média de US$ 4,77 de 16 analistas consultados pela Bloomberg.