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Aposta em produtoras de ouro dá grande retorno a investidor

Luzi Ann Javier

15/07/2016 09h42

(Bloomberg) -- Investir em ações de grandes produtoras de ouro não compensou muito nos últimos cinco anos porque a queda do preço do metal prejudicou o lucro. Mas em 2016 o setor entregou enormes retornos com uma perspectiva relativamente baixa de prejuízos.

Enquanto operadoras de minas como Barrick Gold e Yamana Gold mais que dobraram de valor neste ano, os ganhos do setor vieram com o menor risco entre as 1.645 empresas monitoradas pelo MSCI World Index, segundo dados compilados pela agência de notícias Bloomberg.

Dividindo a mudança no preço de cada ação por sua volatilidade, a Fresnillo ficou em primeiro lugar no ranking entre os investidores, gerando um retorno de 3,36% por cada unidade de risco, mostram os dados.

As produtoras receberam um impulso dos futuros dos lingotes que se dirigem ao seu maior rali de começo de ano em quase quatro décadas. O metal reconquistou seu apelo como reserva de valor em meio à desaceleração da economia global, aos rendimentos abaixo de zero para mais de US$ 9 trilhões em dívidas soberanas e aos sinais de que os juros dos EUA continuarão baixos por mais tempo do que o previsto anteriormente.

Investidores como o bilionário George Soros e o Sistema de Aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia (Calpers, na sigla em inglês) colocaram seu dinheiro no ouro.

"As produtoras de ouro são impulsionadas pelo preço do ouro porque operacionalmente seus lucros vão melhorar mais rapidamente do que o rali do preço do ouro", disse Dan Denbow, gerente de carteira do USAA Precious Metals & Minerals Fund em San Antonio, EUA, que administra US$ 850 milhões em ativos, incluindo ações da Fresnillo e da Barrick.

"Elas haviam se preparado para um ambiente de preço mais baixo, por isso as margens estão se expandindo fortemente com cada elevação de US$ 1 no preço do ouro".

Os lingotes subiram 26 por cento na Comex, em Nova York, desde o fim de dezembro, tocando a maior alta em dois anos, de US$ 1.377,50 a onça, na semana passada. Isto está entregando um lucro maior para as minas, que vêm cortando custos depois que os preços chegaram a cair 46 por cento em relação ao recorde de US$ 1.923,70 registrado em setembro de 2011.

A Fresnillo, que tem sede na Cidade do México, é uma grande beneficiária, segundo o Credit Suisse.

Em relatório de 30 de junho, os analistas Ivano Westin e Renan Criscio elevaram sua classificação para a empresa de neutra para outperform, pontuando que ela possui "um dos melhores balanços" e o histórico de superar as estimativas de produção. A Fresnillo também produz prata, que subiu quase duas vezes mais do que o ouro neste ano. As ações da empresa acumulam alta de 89% desde maio.