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México corre risco de outro colapso imobiliário após três anos

Nacha Cattan

15/07/2016 12h07

(Bloomberg) -- Três anos após a crise imobiliária do México ter eliminado US$ 4 bilhões em ações e títulos, o setor corre o risco de sofrer outra retração.

Isso acontece porque o presidente Enrique Peña Nieto quase dobrou os subsídios para moradias de baixa renda nos últimos 24 meses. Francisco Vázquez, analista da Moody's Investors Service, disse que isso encorajou as construtoras a iniciar uma farra de construções embora a economia apática enfraqueça a demanda por casas novas. Além disso, grande parte das novas construções está sendo realizada nos subúrbios de grandes cidades, onde há poucos serviços disponíveis, disse ele.

O próprio Peña Nieto sacudiu o mercado de imóveis residenciais pouco depois de sua posse em 2012. Ele disse que o governo utilizaria o programa de subsídios para levar a construção mais perto dos centros das cidades em um momento em que alguns donos de casas em projetos afastados foram deixados sem serviços básicos. Vázquez alerta que o excesso de construções ameaça prejudicar o mercado de títulos lastreado por créditos imobiliários residenciais do México, cujas taxas de calote se mantêm acima do nível de 4 por cento atingido durante o colapso de 2013.

"A política de moradia do México enfrenta um desafio enorme", disse Robert Rauch, que administra US$ 6,3 bilhões em ativos na Gramercy Fund Management em Greenwich, Connecticut, por e-mail. As empresas estão construindo "unidades muito mais baratas de construir, mas ainda muito longe dos centros das principais cidades".

Embora tenha crescido em 2014, o estoque de casas voltou a cair neste ano porque as construtoras podem estar se ajustando a uma piora da perspectiva econômica, disse a Conavi, a agência responsável pela política de subsídios do México, em resposta por e-mail a perguntas. Além disso, a nova política de Peña Nieto começou a dar frutos, e as novas casas construídas dentro dos limites urbanos passaram de 70 por cento em 2014 para 80 por cento em 2016, disse a Conavi.