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Petrobras patrocina atletas olímpicos em meio a corte de custo

Sabrina Valle

15/07/2016 14h48

(Bloomberg) -- Apesar de afogada em dívidas e acusações de corrupção, a Petrobras manteve o patrocínio a Esportes e até ampliou os recursos destinados a atletas para os Jogos Olímpicos do Rio, cidade da sede da empresa.

Para liberar recursos para os principais atletas brasileiros que competirão em esportes de menor audiência, como judô e levantamento de peso, a Petrobras cortou investimentos em eventos culturais, como desfiles de carnaval, e em conferências de petróleo, disse Luís Nery, gerente-executivo de comunicação e marcas da empresa.

No cômputo total, a Petrobras reduziu o orçamento total com patrocínios em 27% neste ano, para R$ 228 milhões.

"A diretoria decidiu reduzir o orçamento para adaptar a empresa à sua nova realidade", disse Nery em entrevista na sede da Petrobras, no Rio. "Cortamos em cultura e eventos, mas elevamos em esportes para focar nas Olimpíadas, devido ao momento, e em (esportes de) motor, que é o nosso negócio".

O orçamento para esportes, que inclui as Olimpíadas e a Fórmula 1, foi elevado de R$ 66 milhões em 2015 para R$ 98 milhões em 2016, em grade parte distribuídos por seis confederações esportivas. Em meados de 2015 a empresa decidiu incluir um patrocínio individual para 27 atletas de melhor performance.

"Estamos apoiando os atletas de melhor desempenho nesta reta final, para que eles possam ter o melhor resultado possível", disse Nery.

A empresa patrocina boxe, esgrima, judô, levantamento de peso, remo e taekwondo, sem tradição nos esportes mais populares, como natação, futebol e ginástica, nos quais os atletas têm mais facilidade para encontrar apoio corporativo.

A Petrobras cortou mais da metade de seus investimentos para enfrentar a queda no preço de petróleo e pagar dívidas. Além disso, a empresa está se defendendo de uma ação coletiva nos EUA decorrente da investigação da Lava Jato.

Adriana Araújo, pugilista apoiada pela Petrobras desde 2012, disse não ter sentido nenhum reflexo da crise financeira na empresa.

"No meu caso, nada mudou, eles estão me pagando a mesma coisa", disse ela. "Antes eu quase nunca viajava, agora posso participar de torneios e competições. Realmente faz a diferença".