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Goldman luta para deter queda de participação em renda fixa

Dakin Campbell

18/07/2016 12h06

(Bloomberg) -- Os traders de renda fixa do Goldman Sachs deveriam ter recuperado participação de mercado no segundo trimestre e interrompido a sequência de anos de quedas. Mas isso agora parece mais improvável, porque o JPMorgan Chase e o Citigroup superaram em muito as estimativas dos analistas na semana passada.

A unidade do Goldman que negocia títulos, moedas e commodities -- que gerava lucros recorde -- ficou atrás de suas principais concorrentes dos EUA nos últimos anos, e sua participação de mercado no período de 12 meses finalizado em março foi a menor desde a crise financeira. Os analistas tinham projetado que o Goldman colocaria fim a isso no segundo trimestre pela reação dos investidores às oscilações do mercado. Mas o JPMorgan e o Citigroup surpreenderam ao registrar resultados fortes, impulsionados por atividades em que costumam se sair melhor que o Goldman.

O problema de base do Goldman Sachs se refere ao centro de seus negócios. Quase três quartos de seus clientes de trading são hedge funds, gestores de ativos, bancos e corretoras -- um grupo afetado pelas oscilações do mercado e pelo endurecimento das regulamentações. Os problemas do setor prejudicaram a receita do Goldman, especialista em estruturar apostas complexas. Em contraste, bancos comerciais como o JPMorgan e o Citigroup atendem a um número maior de empresas que buscam produtos relativamente simples, como swaps de taxas de juros e hedges cambiais para se protegerem da turbulência.

"Observou-se uma mudança nos últimos anos em relação a quais foram os produtos mais ativos", disse Devin Ryan, analista da JMP Securities. "Essa mudança não favoreceu o Goldman".

Michael DuVally, porta-voz do banco com sede em Nova York, preferiu não fazer comentários antes do anúncio dos resultados trimestrais na terça-feira. Os executivos da empresa enfatizaram que se concentram em gerar retornos sólidos, não apenas em aumentar a receita. A média de seu retorno sobre o patrimônio entre 2011 e 2015 foi de 8,8 por cento, a segunda entre os maiores bancos de investimento do mundo, de acordo com uma apresentação.

A divisão de títulos do Goldman, dirigida por Isabelle Ealet, Pablo Salame e Ashok Varadhan, gerou US$ 5,6 bilhões em receita com renda fixa no período de 12 meses terminado em março, o equivalente a apenas 14 por cento do total dos cinco maiores bancos americanos de Wall Street, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence. O JPMorgan arrebatou 30 por cento, e o Citigroup, 27 por cento.