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Hedge funds dizem não ao ouro com alta de ações dos EUA

Joe Deaux

18/07/2016 11h36

(Bloomberg) -- Os investidores que consideram que o panorama econômico ficou um pouco mais estável estão tirando um pouco do brilho do ouro.

Hedge funds e outros investidores reduziram suas apostas em uma alta para o metal pela primeira vez em seis semanas, um recuo em relação à alta histórica registrada na semana anterior. Os ativos nos fundos negociados em bolsa lastreados pelo ouro registraram a primeira perda semanal desde o fim de maio, assim como os preços em Nova York.

O interesse pelo ouro se dissipou após o metal ter disparado para o pico em dois anos no início deste mês devido ao temor de que a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia desencadearia um mal-estar na economia mundial. De lá para cá, a turbulência provocada pelo Brexit esmoreceu porque as autoridades sinalizaram que tomarão medidas para limitar as consequências. A economia dos EUA permaneceu forte e os investidores empurraram o índice acionário S&P 500 Index para altas históricas, o que restringiu a necessidade de usar metais preciosos como refúgio.

"O ouro pode dar um passo atrás e não ter que desempenhar o papel de refúgio de segurança", disse Frances Hudson, estrategista temática em Edimburgo da Standard Life Investments, que administra US$ 373,3 bilhões. "Talvez as ações estejam saindo de uma longa queda e esta seja a chance de uma recuperação, pelo menos a curto prazo. Isso deixa o ouro na reserva, porque o mundo não cairá em um precipício imediatamente".

Queda das apostas

A posição comprada em futuros e opções do ouro caiu 5,4 por cento, para 271.529 contratos na semana que terminou em 12 de julho, de acordo com dados publicados pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities três dias depois. Na semana anterior, os ativos foram 286.921, maior volume em dados que remontam a 2006.

Os futuros negociados em Nova York caíram 2,3 por cento na semana passada, para US$ 1.327,40 por onça, o que interrompeu uma sequência de seis ganhos, e estavam a US$ 1.328,80 na segunda-feira. O metal perdeu 3,6 por cento desde que atingiu o valor mais alto em mais de dois anos em 6 de julho. A recuperação enfraqueceu porque os bancos centrais, inclusive o da Inglaterra e o do Japão, disseram que tomarão medidas para limitar o impacto econômico da decisão do Reino Unido, em referendo no dia 23 de junho, de sair da União Europeia.

Ao mesmo tempo, os ganhos nas vendas do varejo e na produção industrial dos EUA refletem a resiliência da economia americana e geram ganhos para o dólar. A perspectiva de crescimento também levou traders a aumentar para 44 por cento a chance de que haja um aumento dos juros nos EUA até dezembro, em comparação com 12 por cento no início do mês. As taxas mais altas reduzem o apelo do ouro, que não paga juros nem oferece os dividendos de ativos como os títulos e as ações.