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ADM vai deixar trading de açúcar global por margens baixas, diz fonte

Fabiana Batista

19/07/2016 12h57

(Bloomberg) -- A americana Archer Daniels Midland Company deverá encerrar sua operação global de trading de açúcar, pelo menos a curto prazo, porque as margens não têm sido suficientes para compensar os riscos financeiros, disse uma pessoa familiarizada com o assunto que pediu anonimato porque as discussões são privadas.

Procurada, a ADM não quis comentar a informação, alegando estar em período de silêncio, segundo e-mail de sua assessoria de imprensa. A empresa deverá divulgar o balanço do segundo trimestre em 2 de agosto.

O pico do volume de negociação de açúcar da ADM, que tem sede em Chicago, nos EUA, se deu na safra 2011-12, com 2 milhões de toneladas, a maior parte adquirida de usinas brasileiras, disse a pessoa. Desde então, a indústria açucareira do Brasil tem sofrido com os baixos preços da commodity, que forçaram algumas processadoras a formarem joint ventures para sobreviver ou até mesmo a fecharem completamente. Em abril a ADM fechou acordo para vender sua única usina de etanol no Brasil, encerrando um envolvimento de oito anos com o mercado do país para o combustível alternativo produzido a partir da cana-de-açúcar.

O CEO da ADM, Juan Luciano, disse em maio que a trader e processadora agrícola poderá continuar modificando seu portfólio de negócios para ampliar os retornos e reduzir a volatilidade dos lucros em meio a tempos "desafiadores" para o agronegócio e a mudanças nas preferências do consumidor. A empresa tem vendido ativos nos últimos anos, incluindo suas operações de cacau e chocolate, que não cumpriam metas financeiras de longo prazo.

As ações da ADM acumulam alta de 21 por cento neste ano e superam o aumento de 6 por cento do Standard & Poor's 500 Index.