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Pimco diz que mercado de títulos da China é uma 'curiosidade'

Denise Wee e Kyoungwha Kim

20/07/2016 12h31

(Bloomberg) -- A Pacific Investment Management Co. disse que está segurando seus investimentos em títulos interbancários da China no momento e que ainda precisam ser resolvidos alguns problemas no mercado.

O terceiro maior mercado de títulos do mundo, que a China tornou mais aberto aos investidores estrangeiros em fevereiro, continua sendo uma "curiosidade", disse Luke Spajic, chefe de gestão de portfólio para a Ásia emergente, em entrevista, em Hong Kong, na quarta-feira. "Trata-se de um mercado que, embora grande, é basicamente um adolescente se passando por adulto".

Os comentários surgem após informação dada no mês passado pelo Citigroup, que em março deu boas-vindas à abertura do mercado de títulos da China, de que está buscando opiniões de clientes que possam ser usadas em alguma possível avaliação. Apesar de as autoridades terem permitido aos fundos globais um acesso maior ao mercado interbancário de dívidas, os investidores sinalizam restrições, como a proibição a negociações de câmbio onshore, regras tributárias pouco claras e limites à repatriação de lucros. O MSCI citou o limite à repatriação ao dizer, em junho, que não incluiria as ações chinesas em suas referências.

Inclusão em índice

A Pimco, que administra cerca de US$ 1,5 trilhão em todo o mundo, está interessada em aumentar sua participação no mercado interbancário de notas, mas não o fez desde a abertura maior, em fevereiro, segundo Spajic.

"É realmente necessária a afirmação que vem ao estar em um índice", disse ele, acrescentando que espera a inclusão em 2017. "Quando se conseguir isso, acredito que será um divisor de águas".

A firma vem canalizando recursos para uma melhor compreensão do mercado. "A abertura do mercado interbancário onshore de títulos da China é, provavelmente, o acontecimento mais significativo da história dos mercados de capitais", disse Spajic.

A Pimco estima que o yuan vai desvalorizar cinco por cento em relação ao dólar no período de um ano até maio de 2017 porque o banco central chinês está inclinado a desvalorizar sua moeda ainda mais, segundo Spajic. A moeda caiu 2,9 por cento neste ano.

"É muito importante enfatizar que a tendência deles é desvalorizar cada vez mais", disse Spajic, acrescentando que a Pimco adota posição comprada para o dólar em relação ao yuan offshore no momento. A Pimco reavaliará sua projeção para o yuan nas próximas semanas, disse ele.

Título em inglês: Pimco Says China's Interbank Bond Market a 'Curiosity' for Now

Para entrar em contato com os repórteres: Denise Wee em Hong Kong, dwee10@bloomberg.net, Kyoungwha Kim Hong Kong, kkim19@bloomberg.net, Para entrar em contato com os editores responsáveis: Telma Marotto tmarotto1@bloomberg.net, Patricia Xavier

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