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Produção da Vale deve ficar próxima de recorde apesar da Samarco

R.T. Watson

20/07/2016 11h43

(Bloomberg) -- A implacável expansão da Vale (VALE3, VALE5) deverá manter a maior produtora de minério de ferro do mundo perto de níveis de produção recorde apesar dos efeitos prejudiciais do rompimento da barragem da Samarco, no ano passado, sobre suas operações brasileiras.

A mineradora com sede no Rio de Janeiro divulgará uma produção de 86 milhões de toneladas no segundo trimestre, incluindo aquisições de terceiros, segundo a estimativa média de cinco analistas consultados pela agência de notícias Bloomberg.

O total contrasta com um recorde para o segundo trimestre de 89,3 milhões registrado um ano antes e com os 77,5 milhões do primeiro trimestre, quando a produção da Vale normalmente é menor.

Samarco

Os números não incluem a produção da joint venture Samarco Mineração. A mina da mantida pela Vale em copropriedade com a BHP Billiton, que tem sede em Melbourne, foi fechada em novembro após o rompimento de uma barragem de rejeitos que matou 19 pessoas, poluiu rios da região e colocou as empresas diante de danos que podem alcançar bilhões de dólares.

A Vale alertou que o desempenho global de seu polo de mineração de Mariana, no sudeste do Brasil, enfrentava problemas como resultado do acidente que tem sido amplamente classificado como o pior desastre ambiental do país.

A mineradora disse em seu relatório de produção do primeiro trimestre que o fechamento da Samarco havia reduzido a produção no restante do polo regional em 48% na comparação com um ano antes.

"O fechamento da Samarco causou indiretamente a interrupção de parte das demais operações da Vale perto da mina", disse Glauco Legat, analista da GBM Research em Santiago, em entrevista por telefone.

"A empresa está ampliando a produção no sistema norte, mas ainda deverá reportar números inferiores aos do segundo trimestre do ano passado, quando considerado o impacto dessas interrupções".

Exportação

A produção relativamente mais baixa da Vale no segundo trimestre não sinaliza necessariamente uma desaceleração porque o Brasil, como um todo, exportou uma quantidade 5,7% maior do ingrediente usado na fabricação do aço no primeiro semestre deste ano, segundo a Bloomberg Intelligence.

A Vale mantém uma estratégia de expansão em meio ao excesso de oferta para ganhar participação de mercado das produtoras que praticam um custo mais elevado. A empresa tirou proveito da alta de 29% dos preços neste ano, que fortaleceu os lucros após a queda das commodities no ano passado.

O minério com 62% de conteúdo entregue a Qingdao superou a casa de US$ 70 por tonelada em abril, mas desde então recuou, fechando em cerca de US$ 56 a tonelada na terça-feira, segundo dados da Metal Bulletin.

A Vale deverá divulgar os números de produção antes do início do pregão de quinta-feira, em São Paulo, e publicará seu balanço do segundo trimestre em 28 de julho.

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