Euro para em US$ 1,10 e mostra menor impacto de políticas do BCE
(Bloomberg) -- Quem negocia euro está enviando uma mensagem clara a Mario Draghi: sua política monetária está chegando a um beco sem saída.
Basta observar o desempenho do par cambial mais negociado do mundo neste ano. A média móvel de 200 dias está estagnada em torno de US$ 1,10 e registrou a menor oscilação entre as principais moedas.
o período, Draghi e o Banco Central Europeu mergulharam mais fundo nas taxas de juros negativas e em um programa de aquisição de títulos mais agressivo -- políticas que normalmente poderiam desvalorizar o euro.
Mesmo depois de Draghi, que é o presidente do BCE, ressaltar na quinta-feira "a prontidão, a disposição e a capacidade" do banco central para aplicar novos estímulos nos próximos meses, o euro mal se mexeu.
O impacto cada vez menor dos estímulos monetários deixou a moeda aberta a outras forças, como os fluxos de comércio e a geopolítica. Os fluxos de comércio da zona do euro têm frustrado os pessimistas em relação ao euro, que reconstruíram suas posições nos últimos dois meses, porque o superávit recorde em conta-corrente gera apoio subjacente à moeda do mercado comum europeu.
Existe "um certo esgotamento em termos do que os bancos centrais podem fazer para controlar as moedas a esta altura e em relação ao que mais o BCE pode trazer para a mesa", disse Chris Chapman, trader da Manulife Asset Management (Europe) em Londres. "O considerável superávit em conta-corrente também é um fator que ajuda a segurar o euro quando a maioria das pessoas esperaria que estivesse mais desvalorizado".
A resiliência do euro em relação ao dólar coloca as apostas dos hedge funds e de outros grandes especuladores em risco. As posições vendidas para a divisa superaram em número as apostas otimistas em 87.660 contratos na semana passada após a aproximação a um posicionamento líquido otimista em maio, segundo dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA.
Integrantes do BCE e bancos centrais de países industrializados de todo o mundo têm admitido que a flexibilização monetária tem seus limites para reativar o crescimento e a inflação. Como contraste, quando o BCE reduziu pela primeira vez sua taxa de depósito para abaixo de zero, em junho de 2014, provocou uma queda de cerca de 20% do euro nos nove meses seguintes.
Desde então, o euro, que é usado como moeda em 19 países, se manteve mais ou menos no patamar de US$ 1,10, apesar da autoridade monetária ter começado a comprar os títulos da região no ano passado e subsequentemente expandido o programa para incluir títulos corporativos.
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