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Maioria esmagadora vê mais estímulos do BOJ nesta semana

Toru Fujioka, Masahiro Hidaka e James Mayger

25/07/2016 15h26

(Bloomberg) -- Haruhiko Kuroda não enfrentava expectativas tão intensas por mais estímulos monetários desde sua primeira reunião como presidente do Banco do Japão (BOJ), em 2013.

Trinta e dois entre 41 analistas projetam que Kuroda e o comitê do BOJ expandirão seu programa recorde na reunião de dois dias que terminará em 29 de julho, segundo pesquisa da agência de notícias Bloomberg realizada entre 15 e 22 de julho.

Este é o percentual mais elevado de participantes de todas as pesquisas realizadas desde sua primeira decisão, há mais de três anos, quando os economistas projetaram, de forma unânime, a ampliação da flexibilização.

O aumento das aquisições de fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) continua sendo a área mais provável de aumento, seguida de um corte mais profundo da taxa de juros negativa aplicada a uma parcela do dinheiro que os bancos comerciais guardam no BOJ, segundo a pesquisa.

Pouco menos da metade dos participantes disse que Kuroda aceleraria a compra de títulos soberanos, que é a base de seus esforços de estímulo à inflação.

O aumento das expectativas por uma ação do banco central surge em um momento em que os preços estão caindo novamente no Japão, enquanto a economia parece estar perdendo força.

Os dados do governo que medem o núcleo da inflação têm se mostrado baixos ou negativos no Japão durante todo o ano. Até mesmo segundo um indicador criado pelo próprio BOJ os preços estão subindo a uma velocidade de menos da metade da meta de 2%.

Momento de prova

"Esta reunião testa a seriedade do compromisso do BOJ em atingir a meta de preço de 2%", disse Masaaki Kanno, economista-chefe para o Japão no JPMorgan e ex-diretor do BOJ. "Uma maior flexibilização é provável para conter o argumento de que o BOJ está atingindo o limite" de suas políticas. Kanno estima um aumento das aquisições de títulos e ETFs, assim como um corte maior da taxa básica de juros.

Não são apenas os economistas que esperam mais estímulos do banco central. O mercado de swaps aponta que a taxa overnight se moverá para menos 0,19% em três meses, contra menos 0,04% no final da semana passada, indicando apostas de que o BOJ reduzirá ainda mais a taxa básica, já negativa.

Contudo, Kuroda tanto surpreendeu quanto decepcionou os mercados anteriormente. Em abril, quando 56% dos analistas previram uma ação, ela não chegou. Contudo, ninguém previu que o BOJ introduziria uma taxa negativa em janeiro e, em outubro de 2014, apenas três pessoas anteciparam que Kuroda ampliaria as aquisições de ativos.

O banco central também divulgará sua projeção para os preços no final da reunião e muitos esperam revisões para baixo. Apenas um entre 38 economistas projeta que o BOJ atingirá sua meta de inflação durante o período de um ano que terminará em março de 2018.