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HSBC estuda vender ativos de clientes da AL ao Santander, dizem fontes

Jan-Henrik Förster e Manuel Baigorri

28/07/2016 09h47

(Bloomberg) -- O HSBC Holdings está avaliando a venda de uma carteira de ativos de clientes latino-americanos que são gerenciados na Suíça para o Banco Santander em um momento em que o banco britânico está reestruturando seu banco privado, segundo pessoas informadas sobre o assunto.

O Santander está interessado na carteira, que poderia incluir US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões em ativos sob gestão, como uma forma de impulsionar o crescimento na América Latina, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as negociações são privadas.

O acordo não foi concluído e ambos os bancos ainda poderiam decidir não realizar a transação, disseram as pessoas.

No ano passado, o HSBC concordou em pagar 40 milhões de francos suíços (US$ 40 milhões) para encerrar uma investigação do Ministério Público de Genebra sobre acusações de lavagem de dinheiro no banco privado suíço.

A investigação partiu de uma lista de clientes roubada pelo ex-funcionário Hervé Falciani em 2008, que compartilhou a informação com as autoridades da França e desencadeou investigações fiscais ao redor do mundo.

O CEO do HSBC, Stuart Gulliver, revelou uma estratégia no ano passado para reduzir as abrangentes operações do banco e baixar os custos anuais em US$ 5 bilhões, prometendo cortar 25 mil postos de trabalho e reduzir a carga de capital regulatório do banco.

O Santander divulgou o balanço do segundo trimestre na quarta-feira, dizendo que cerca de 37% de seu lucro subjacente do primeiro trimestre vieram do México e da América do Sul.

O Santander e o HSBC preferiram não comentar sobre o possível acordo.

A rentabilidade do HSBC sofreu nos últimos anos o impacto de uma série de multas por má conduta sob acusações de que seus funcionários manipularam os mercados de câmbio e ajudaram em operações de lavagem de dinheiro.

O HSBC nomeou o Rothschild para ajudar a reestruturar seu banco privado com a venda de carteiras, informou o Financial Times no ano passado.

Gulliver, o presidente do conselho do banco, Douglas Flint, e o ex-presidente do conselho Stephen Green foram interrogados por parlamentares britânicos após o escândalo de evasão fiscal.

Falciani foi indiciado sob acusações de espionagem industrial e violação das leis de sigilo bancário pela procuradoria-geral da Suíça em 2014, que reconheceu que ele foi, em alguns momentos, "considerado um herói no exterior".