Gigantes estatais chinesas mostram necessidade de reforma
(Bloomberg) -- Se as empresas estatais inchadas e ineficientes da China fossem um país, formariam a quarta maior economia do mundo.
E com o recuo do investimento privado, é possível que elas ainda estejam crescendo, segundo uma nova pesquisa dos economistas Fielding Chen e Tom Orlik, da Bloomberg Intelligence. Com isso, a reforma do setor que responde por cerca de 40 por cento dos ativos industriais da China e por 18 por cento do total de empregos se torna fundamental para o futuro econômico do país. E é algo difícil de fazer.
Em 2014, último ano com dados sólidos, o retorno sobre os ativos para as empresas estatais foi de apenas 4 por cento, contra 11 por cento para as empresas privadas, que são mais ágeis.
"Trata-se de uma má notícia para o crescimento, porque uma alta proporção do capital é alocada em um conjunto relativamente improdutivo de empresas", escreveram Chen e Orlik.
Isso também é ruim para a estabilidade financeira, porque o capital ainda flui para essas empresas menos eficientes.
As estatais são dominantes em setores que exigem a maior quantidade de capital, como o de geração de eletricidade e o setor químico. E na comparação entre privado e público, as empresas não-estatais são quase sempre as mais eficientes.
Mas qual a importância disso tudo? É que o desempenho das estatais continua piorando e o estresse da dívida alta está aumentando, aponta a pesquisa da Bloomberg Intelligence.
Mas há um aspecto positivo: embora as estatais tenham desempenho ruim em relação a seus pares locais e globais, elas vão bem na comparação com outras empresas dos mercados emergentes.
"A perspectiva para o crescimento da China a médio prazo depende da capacidade do governo de reformar um setor estatal ineficiente e de crescimento descontrolado", disse Chen, da BI. "O aumento da eficiência não exige a privatização total das grandes empresas. Exige que as gigantes estatais de setores estratégicos sejam enxugadas e se concentrem em sua principal competência, abrindo mais espaço para a concorrência das empresas privadas".
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