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Cresce divergência entre Morgan Stanley e Goldman sobre juros

Kevin Buckland

06/09/2016 15h27

(Bloomberg) -- A divergência entre o Goldman Sachs Group e o Morgan Stanley sobre a probabilidade de juros mais altos nos EUA neste mês cresceu graças ao relatório do mercado de trabalho, que não conseguiu levar os traders para nenhum dos dois lados.

Jan Hatzius e Zach Pandl, analistas do Goldman, consideraram que os 151.000 empregos criados em agosto foram suficientes para aumentar para 55 por cento as chances de o Federal Reserve entrar em ação na reunião de 20 e 21 de setembro. Os estrategistas do Morgan Stanley liderados por Matthew Hornbach afirmam que continuam otimistas em relação aos títulos soberanos porque consideram que a persistente lentidão do mercado de trabalho dos EUA e a ausência de pressões inflacionárias vão deter a mão do banco central.

Para os investidores, o relatório morno não deu sinais claros sobre a escolha do momento e as probabilidades implícitas no mercado de um aumento do juro neste mês estão em torno de uma em três. Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em dois anos, que tendem a ser mais susceptíveis à perspectiva para a política monetária, caíram para apenas 0,74 por cento na sexta-feira. Eles tinham chegado ao valor mais alto em quase três meses, 0,85 por cento, no início da semana passada, depois que Janet Yellen, presidente do Federal Reserve, coroou os comentários hawkish do Fed dizendo que os motivos para aumentar os juros tinham se fortalecido.

"Nossa projeção em relação ao Fed resistiu diante do inevitável discurso hawkish que, assim como a esperança, brota eternamente", escreveram Hornbach e seus colegas em uma nota de 2 de setembro a clientes. "Nossos economistas americanos continuam projetando que o Fed permanecerá em espera até 2017".

"O discurso da presidente do Fed, Yellen, em Jackson Hole sugeriu que os requisitos são relativamente baixos" para os dados do mercado de trabalho, escreveram Hatzius e Pandl em uma nota a clientes em 4 de setembro. "No segundo trimestre o comitê estava pronto para agir em junho ou julho, mas o relatório fraco dos empregos em maio e o Brexit interferiram. Agora, essas duas preocupações desapareceram".