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Morgan Stanley vê 4 motivos para S&P 500 chegar aos 2.300 pontos

Luke Kawa e Andrew Cinko

06/09/2016 11h31

(Bloomberg) -- O estrategista-chefe de renda variável para os EUA do Morgan Stanley, Adam Parker, declara que as bolsas americanas ainda têm fôlego para subir, mesmo após a disparada surpreendente para novos recordes após a decisão do eleitorado do Reino Unido de sair da União Europeia. Parker elevou seu preço-alvo para o índice S&P 500 em 12 meses de 2.200 para 2.300 pontos.

Entre os analistas sondados pela Bloomberg, a estimativa mediana é que o índice termine o ano em 2.150, praticamente 30 pontos abaixo do fechamento na sexta-feira.

O estrategista citou quatro motivos para aumento do otimismo. Primeiramente, as ações estão com preço atraente em relação aos títulos de renda fixa. Em segundo lugar, enquanto os investidores se preocupam cada vez mais com a liquidez, "70 por cento das ações globais com volume diário de negócios igual ou superior a US$ 100 milhões estão nos EUA". Em terceiro lugar, a expectativa é que os lucros por ação subam nos EUA, diferentemente do esperado para outras regiões importantes. Por último, os investidores não antecipam um substancial movimento para cima nas bolsas americanas.

"A maioria das métricas sobre o consumidor americano parece ter direção positiva
(imóveis residenciais, empregos, inadimplência, obrigações, confiança, gastos pessoais, etc.); os excessos corporativos parecem estar sob controle; e o crescimento baixo ainda é o cenário básico das projeções econômicas", escreveu Parker. "Com poucas alternativas atraentes de investimento, vemos o mercado acionário dos EUA como beneficiário de apreciação adicional."

Parker destacou as áreas de cartões de crédito e biotecnologia como particularmente "interessantes". Porém, o entusiasmo dele em relação às bolsas americanas veio acompanhado de um alerta: geralmente, a razão preço-lucro das ações é mais baixa quando o rendimento real dos títulos do Tesouro americano é muito baixo.

"No passado, rendimentos reais extremos, como agora perto de zero por cento, eram associados a razões preço-lucro menores porque geralmente eram considerados regimes mais arriscados, com o mundo dependendo das autoridades e de sua eficácia", concluiu Parker. "Talvez a bolha que todos nós estamos procurando simplesmente esteja na crença nas autoridades."