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Veterana em venture capital na Europa supera temor do Brexit

Adam Satariano

06/09/2016 11h10

(Bloomberg) -- Uma das empresas de venture capital mais antigas da Europa precisou superar as preocupações com o futuro europeu pós-Brexit quando criou seu mais novo fundo para financiar uma nova leva de startups na região.

A Northzone, uma das primeiras apoiadoras do Spotify, informou na segunda-feira que captou 300 milhões de euros (US$ 335 milhões) para continuar investindo em empresas europeias. Para criar o maior fundo da história de 20 anos da empresa, a Northzone, que tem sede em Londres, recorreu a investidores da Ásia pela primeira vez. Por lá, muitos expressaram a preocupação de que o futuro da União Europeia está em risco, ameaçando a economia da região.

"A pergunta que recebemos é sobre o que vem a seguir -- a UE estará bem, a moeda vai entrar em colapso?", disse Jeppe Zink, sócio do fundo, em entrevista. "Definitivamente há preocupações lá fora, mas atualmente, por causa do cronograma, a maioria das pessoas acredita que ainda existe uma solução econômica que manterá o Reino Unido como parte do mercado da UE como um todo".

Zink disse que a decisão do Reino Unido, em referendo, de deixar a UE, juntamente com o escrutínio regulatório a gigantes da tecnologia dos EUA como Apple e Google, foi um "revés" para o setor de tecnologia europeu. Mesmo assim, os investidores não se intimidaram, disse Zink. "As pessoas acreditam na história", disse ele.

A Northzone planeja investir em empresas que estão construindo serviços para atingir clientes no ramo de dispositivos móveis. Ele também vê oportunidades no ramo de tecnologia para serviços financeiros. Uma empresa que a Northzone apoiou, a CornerJob, com sede em Barcelona, oferece serviços de recrutamento a profissionais de recursos humanos. Outra empresa, a Zervant, que tem sede em Helsinque, é um sistema de contabilidade online para empresas de menor porte.

Mesmo se o cenário da tecnologia no Reino Unido tiver dificuldades em razão do Brexit, outras áreas da Europa, como Berlim e Estocolmo, deverão se sair bem, segundo Zink. "Independentemente do quadro macroeconômico, temos bastante talento nos principais polos que continuarão resolvendo grandes problemas", disse ele. "Enquanto capitalizarmos com eles e entregarmos o que eles precisam, eles continuarão tendo um bom desempenho".