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Amazon busca direitos de transmissão de esportes, dizem fontes

Lucas Shaw

09/09/2016 15h34

(Bloomberg) -- A Amazon.com está atrás dos direitos de transmissão de vídeo de um amplo leque de esportes, incluindo o torneio de tênis de Roland Garros e o rúgbi profissional, em um momento em que a empresa busca formas de atrair novos clientes para o seu serviço de TV online, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

A maior empresa de comércio online do mundo demonstrou interesse em esportes com apelo global, como tênis, golfe, futebol e automobilismo, disseram as pessoas, que participaram das negociações e pediram anonimato por discutirem planos comerciais privados. A Amazon também está interessada em esportes populares nos EUA, como basquete e beisebol, apesar do fato de que a maior parte dos direitos não estará disponível em um futuro próximo.

Com os esportes ao vivo, a Amazon poderia oferecer uma programação à qual os espectadores não têm acesso em serviços rivais como o Netflix e tirar um pouco do controle das empresas tradicionais de mídia sobre parte do conteúdo de TV mais valioso. A Amazon, que tem sede em Seattle, já investe bilhões de dólares por ano na oferta de programas de TV e filmes on demand e vem estudando a criação de um serviço de TV paga online ao vivo desde o fim de 2015.

Nas discussões com possíveis parceiros a empresa salientou a popularidade do Amazon Prime, que tem cerca de 63 milhões de usuários nos EUA, segundo analistas. Os clientes que pagam US$ 99 por ano pelo serviço de envio gratuito em dois dias ganham acesso ao Amazon Prime Video e também podem se inscrever em serviços como Showtime, Seeso e Starz, que têm um custo adicional.

A Amazon preferiu não comentar.

Estratégia flexível

Embora o avanço das negociações não esteja claro, a Amazon quer fazer barulho no segmento esportivo, disseram as pessoas. A empresa contratou o ex-executivo da Sports Illustrated James DeLorenzo para supervisionar sua divisão de esportes no início deste ano. O ex-executivo do YouTube Charlie Neiman foi incorporado em maio para administrar as parcerias esportivas e o desenvolvimento de negócios, segundo seu perfil no LinkedIn.

O desafio, como sempre no segmento esportivo, é garantir direitos de transmissão. Os esportes são a propriedade mais cara do setor de mídia. A ESPN, que pertence à Walt Disney, por exemplo, paga quase US$ 2 bilhões por ano apenas pelos jogos da National Football League, ou NFL, a liga de futebol americano.

Os direitos convencionais de TV para os principais esportes dos EUA, incluindo as partidas da NFL e da NBA, a liga americana de basquete, estarão bloqueados nos próximos anos, mas a Amazon pode encontrar uma abertura.

Algumas ligas esportivas, como a Major League Baseball, têm suas próprias redes e já transmitem jogos pela internet por meio de seus próprios aplicativos e serviços. A Amazon poderia oferecer esses serviços como recursos adicionais no Prime, como faz com o Showtime.