Crédito barato para pequenas empresas está escasso na Europa e nos EUA
(Bloomberg) -- As pequenas empresas estão tendo que pagar cada vez mais por seus empréstimos, segundo uma nova pesquisa que examina as restrições de crédito para empreendimentos mais modestos nos EUA e na Europa.
Apenas 48% das empresas de pequeno e médio porte informaram que conseguem obter financiamento com juros abaixo de 8 por cento, segundo uma nova pesquisa da C2FO, startup de tecnologia financeira que criou um mercado no qual pequenas e médias empresas conseguem receber antes de grandes empresas para as quais fornecem.
A pesquisa inaugural desse tipo, lançada no ano passado, mostrou que cerca de 60% eram capazes de garantir financiamentos com juros inferiores a 8%.
A pesquisa surge apesar de a taxa básica de juros rondar mínimas históricas, particularmente na Europa, onde o banco central iniciou a compra de títulos corporativos em um esforço para reduzir o custo do crédito.
As regulamentações aplicadas após a crise financeira de 2008, além da cautela contínua em relação aos empréstimos de maior risco, muitas vezes são culpadas por terem tornado o empréstimo a pequenas empresas menos atraente para os bancos, encorajando uma série de estreantes ansiosos por abocanhar uma fatia do mercado.
"O custo do capital está aumentando significativamente e ficamos surpresos com a extensão desse aumento na pesquisa deste ano", disse Dru Shiner, diretor de vendas da C2FO.
"A maioria das pequenas empresas trabalha com bancos pequenos e regionais, especialmente nos EUA, e todas as novas regulamentações, o risco de crédito e os outros fatores estão fazendo com que os bancos emprestem a organizações cada vez maiores".
A C2FO ouviu mais de 1.800 pequenas e médias empresas nos EUA, no Reino Unido, na Alemanha, na França e na Itália, 80 por cento delas com receita bruta anual igual ou inferior a US$ 2 milhões.
A startup descobriu que o crédito estava mais caro no Reino Unido e nos EUA, onde 42% e 47% das empresas, respectivamente, tomam empréstimos com juros abaixo de 8%. As fatias contrastam com as de 52% da França, de 51% da Alemanha e de 58% da Itália.
O custo de capital aparentemente mais elevado fez com que algumas dessas empresas buscassem outras fontes, como os chamados empréstimos peer-to-peer (de pessoa para pessoa), uma modalidade que casa candidatos a empréstimos com credores de forma direta. Na média, 18 por cento dos participantes de cada país reportaram que usam algum tipo de empréstimo peer-to-peer.
O crédito mais caro nos EUA diverge, em parte, da pesquisa mais recente da Federação Nacional de Negócios Independentes (NFIB, na sigla em inglês), que mostrou que apenas 3% dos donos de pequenos negócios reportaram em julho que suas necessidades de crédito não estavam sendo preenchidas -- 1 ponto percentual acima da mínima recorde atingida em setembro do ano passado.
Contudo, a pesquisa da NFIB sobre o otimismo das pequenas empresas vem tropeçando, porque o sentimento quase não melhorou no ano passado e caiu 0,2 ponto em agosto, atingindo o menor patamar em três meses, de 94,4.
"A incerteza é alta, as expectativas de melhores condições de negócio são baixas e os investimentos comerciais futuros parecem fracos", disse o economista-chefe da NFIB, Bill Dunkelberg, em um comunicado. "Nossos dados indicam que há pouca esperança de aumento no setor de pequenos negócios a curto prazo".
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